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Opinião: Uma tarde de domingo

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Zeca16022016

Por José Carlos Rodriguez

Na tarde de domingo, estava fazendo Zapping, tentando apaziguar a minha ansiedade. Sempre acontece. Às vezes os domingos são chatos, só o que salva é a companhia da família ou dos amigos. Eis que encontro, em um canal, um documentário chamado “Uma noite de 67”. No palco estava a nata da MPB, Chico, Gil, Caetano, Edu Lobo, até o Roberto Carlos estava, sempre com o mesmo penteado (rsrs).

Era 21 de outubro de 1967. No Teatro Paramount, centro de São Paulo, acontecia a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Entrou para a história dos festivais, da música popular e da cultura do Brasil, pois é naquele momento que o Tropicalismo explode, a MPB racha, Caetano e Gil se tornam ídolos instantâneos e se confrontam as diversas correntes musicais e políticas da época.

Disputavam o primeiro lugar Chico, com seu Roda Viva, Gil, com seu Domingo no Parque, e Edu Lobo e seu Pontiado. Edu ficou em primeiro, Gil em segundo e subiu ao palco com Os Mutantes, com o baixista Arnaldo Baptista e aquela roupa estranha, uma jovem Rita Lee mais ao fundo ajudando nos vocais e o cabelo estranho à Lá Beatles de Sergio Dias. Emocionante a execução de Roda Viva de Chico Buarque. Mas o desfrute de tudo estava nas entrevistas, feitas ali mesmo, antes de entrar no palco, com um teatro lotado, todo mundo girando por ali, um jovem Caetano, Gil, Chico, Sergio Ricardo, Roberto Carlos, dando entrevistas, conversando entre eles. Inexplicável o sentimento na hora em que eles cantam cada um sua música, quanta elegância, não só na vestimenta, mas também na postura. A platéia era um show aparte.

No mesmo domingo, a primeira notícia que vejo ao acessar um site de noticias era sobre um show de Jorge Benjor. Um cidadão pagou ingresso, sentou na primeira fila só para chamar Benjor de “Criolo sujo”. Em que cabeça cabe a mentalidade de alguém que paga para avacalhar o artista desse jeito? Como parte dos brasileiros é ingrato com seus artistas, xinga no show, xinga na rua. Eu tinha uma professora de teatro que sempre dizia. “Mesmo não gostando do espetáculo, aplauda. Por trás disso houve um trabalho bem intencionado para fazer alguma coisa melhor”. Eu tenho que entender que se você xinga o Pele na rua, você não entende nada de futebol, portanto insultar o Chico Buarque na rua, e para quem não entende nada de música, pagar ingresso para insultar além de burrice e doentio, e mais, perdeu a noção de identidade. Acredite, gente com Tom Jobim, João Gilberto, Hermeto Pascoal, Gonzaga, Elis Regina, Nana Caymmi, Marisa Monte, Alcione e até Teixeirinha e Gildo de Freitas, só por citar alguns, são expressões da enorme variedade cultural de um país que é um continente, que tem um forte apego aos seus regionalismos, mas tudo faz parte do mesmo. E muitos deles saíram pelo mundo levando essa variedade cultural que e admirada e aplaudida de pé.

Antes do carnaval, houve uma enxurrada de postagens nas redes sociais, criticando o carnaval, a maior, senão a única, expressão da cultura popular, e o reality show BBB, um programa que só existe por que tem candidatos que querem participar. Quando faltar candidatos, termina. Eu imaginava todo esse pessoal sentado na varanda de suas casas, saboreando um chá, lendo livros, ouvindo boa música. As redes sociais acordaram alguns monstros adormecidos em parte da população, o triste é que não vamos atrás do que realmente interessa que é a informação verdadeira e imparcial. Chegaremos a um ponto de odiar nossos artistas só por uma questão político-ideológica, esquecendo o quanto eles contribuíram para a formação cultural e da identidade deste país. Cazuza teve sorte quando ele deu aquela entrevista com a bandeira comunista pendurada na parede. As redes sociais não existiam.  Se fosse nos dias atuais, imaginem só.

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Recursos do Carnaval são destinados para a área da saúde

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UPA Caçapava tem 35% da reforma concluída com verbas economizadas no Carnaval 2019 / Foto: Graziele Albuquerque

Na última segunda-feira, 17, a Prefeitura de Canoas cancelou oficialmente o Carnaval 2020 com o intuito de garantir mais recursos para a Saúde do município. O comunicado postado em redes sociais causou alvoroço entre os carnavalescos pelo fato do Carnaval ser cancelado pelo segundo ano consecutivo.

A economia de mais de meio milhão de reais que iria para o evento será destinada a para a conclusão da Clínica de Saúde da Criança, e também para a compra de equipamentos para a unidade que vai funcionar 24h no Hospital Universitário.

O prefeito Luiz Carlos Busato destacou que, mais do que nunca, a gestão eficiente dos recursos municipais é necessária para garantir os serviços essenciais à população. “Espero contar com a compreensão da comunidade carnavalesca que acompanhou todo o nosso trabalho durante o ano para viabilizar o carnaval sem custos aos cofres públicos. Infelizmente não tivemos apoio da iniciativa privada. Vivemos em um momento de crise no país, que exige que façamos escolhas. Estamos priorizando a saúde da nossa população”, assinalou Busato.

Para os integrantes das escolas de samba, o anúncio da Prefeitura foi surpresa para todos. “Através das redes sociais descobrimos que o nosso Carnaval seria cancelado. Achamos uma falta de respeito com o povo carnavalesco, já estamos há dois anos na espera e agora, simplesmente, pela mídia social, cancelar o Carnaval sem ao menos ter nos chamado”, desabafa Daniel, integrante da escola Neném da Harmonia.

Durante todo o ano aconteceram reuniões com a sociedade carnavalesca de Canoas. O secretário de Cultura, Mauri Grando, relembrou que foi dito aos carnavalescos que eles deveriam “construir uma realidade diferente” dentro das escolas.

A Associação das Escolas de Samba de Canoas (AESC) elaborou um projeto, com oficinas produtivas dentro das agremiações, mas este foi indeferido pela Procuradoria Geral do Município, por ser ano de eleição.

Segundo o secretário de Cultura, o presidente da AESC, Noé Oliveira, já estava ciente do cancelamento, pois foi realizada uma reunião na sexta-feira, 14, onde foi exposta a situação.

Mauri Grando explicou o fato de eventos tradicionais de Canoas, como a Festa do Trabalhador, a Semana de Canoas, Feira do Livro e a Semana Farroupilha serem mantidos. “Todo e qualquer evento parte de uma forma, o número de pessoas que atinge a Semana Farroupilha, por exemplo, é 120 mil, ao contrário do Carnaval, que no último foram 5 mil pessoas. Não sei se teremos outros eventos esse ano”, concluiu o secretário.


Upa Caçapava tem 35% de obras concluídas com valor economizado em 2019

Ao cancelar o Carnaval de 2019, a Prefeitura de Canoas garantiu que destinaria a verba da folia para a reforma da UPA Caçapava e para as obras do novo prédio da UBS Santa Isabel; ambas estão em execução.

A equipe de reportagem do jornal Timoneiro visitou a obra de extensão da UPA Caçapava, que promete ser a maior Clinica de Saúde da Família canoense. No total, são 30 funcionários trabalhando na reforma que está com 35% concluída.

A inauguração da unidade, que será a maior do município, deverá acontecer em junho, e a expectativa é que ela atenda uma demanda maior do que a antiga UPA.

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Sede da 2ª Companhia da Brigada Militar é entregue à população

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Foto: Pablo Reis

 

A inauguração da nova sede da 2ª Companhia da Brigada Militar aconteceu na manhã desta quinta-feira, 20, em frente à Praça Dona Mocinha (Rua Júlio de Castilhos, bairro Niterói – Canoas). O investimento foi de R$ 350 mil e os 300 m² de área construída contam com um prédio que um foi pensado para atender as demandas policiais, com sala de reuniões, local para treinamento, recepção e atendimento ao público. De acordo com a Prefeitura, a unidade também vai atender o bairro Nossa Senhora das Graças.

Pronunciamento de autoridades

O vice-governador e secretário da Segurança Pública do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, que também já foi secretário municipal de Segurança Pública e Cidadania de Canoas, destacou o alto investimento da Prefeitura em segurança.

O prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, afirmou que a segurança pública tem sido uma das prioridades da atual gestão, “já que os canoenses viviam uma forte sensação de insegurança”.

O Comandante Geral da Brigada Militar, Rodrigo Mohr Picon, parabenizou a Administração: “Isso é fruto de um trabalho integrado e, principalmente, da importância que é dada pela Prefeitura e pela comunidade de Canoas ao serviço policial. Nas cidades em que há essa preocupação com a segurança, os índices de violência diminuem e Canoas é um exemplo de inteligência policial, de integração das forças policiais e da interação com a comunidade”.

Também participaram do ato de inauguração as demais lideranças municipais, vereadores de Canoas, operadores da segurança pública e a comunidade em geral.

 

 

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HNSG realiza palestra sobre “Prevenção do câncer aos 30 anos”

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O Hospital Nossa Senhora das Graças realizou, juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde de Canoas e a Liga Feminina de Combate ao Câncer, uma palestra gratuita com o tema “Prevenção do câncer aos 30 anos”, na manhã desta quinta-feira, 20 de fevereiro.

O encontro aconteceu no Auditório Sady Schiwitz, na Prefeitura de Canoas, e teve como palestrante o Dr. Sören  Marian Chicata Sutmöller, oncologista de reconhecida experiência em serviços de pesquisas médica na área do Câncer e especialista no assunto.

A atividade faz parte do ciclo de ações alusivas ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, comemorado anualmente no dia 4 de fevereiro, data escolhida para aumentar a visibilidade e a conscientização sobre a doença.

Ao final da palestra, a equipe de reportagem do Timoneiro conversou com o Dr. Sören, que destacou a necessidade de uma mudança na forma de abordar a prevenção do câncer. “A intenção é tentar transmitir um conceito de que o câncer aparece pelo menos duas décadas antes, a partir dos 30 anos”.

De acordo com o especialista, é possível mudarmos alguns fatores de risco antes que a doença apareça. Pois, de acordo com ele, na verdade, quando a pessoa faz prevenção aos 50 anos de idade, só está fazendo o diagnóstico precoce e não a prevenção de fato. “Nosso intuito é fomentar o pensamento na população de que podemos ser protagonistas e não somente expectadores”, concluiu.

Índices

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) divulgou números de Incidência de Câncer no Brasil. O documento aponta o registro de 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e em 2019.

O câncer de pele não melanoma, o mais frequente do país, deve chegar a 165 mil novos casos diagnosticados. Já no âmbito da saúde da mulher, o câncer de mama terá 59 mil ocorrências, enquanto que o de colo de útero, 16 mil. O câncer de intestino em mulheres também alcançará a marca de 19 mil casos, nos homens, 17 mil.

Para os homens, a neoplasia na próstata terá um aumento com o registro de 68 mil pessoas. O segundo lugar é o câncer de pulmão, com 18 mil pacientes.

 

 

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