
Ex-presidente Lula (E) com o prefeito de Canoas, Jairo Jorge (D). Foto: Palácio do Planalto-Divulgação
O promotor de Justiça criminal do Ministério Público de São Paulo, Cássio Conserino, intimou na tarde desta sexta-feira, 29, o ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva e a sua mulher, Marisa Letícia, para prestarem depoimentos no próximo dia 17 de fevereiro. Além deles, está igualmente intimado o ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro – já condenado há 16 anos na Lava Jato, mas responde em liberdade -, e o engenheiro da construtora, Igor Pontes.
O triplex 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo, é o alvo da nova fase da investigação Lava Jato, porém esta investigação do MP de São Paulo corre independente da investigação que já condenou nomes da cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) como José Dirceu e José Genuíno. A suspeita é que o mesmo pertença a Lula. Isto pode, segundo a promotoria, acusar o crime de lavagem de dinheiro.
Conserino investiga a transferência de prédios inacabados da cooperativa do sindicato dos bancários Bancoop. A apuração do MP aponta que o ex-presidente Lula pode ter ocultado ser o dono do triplex de 297 m². Quando houve a reeleição de Lula, em 2006, o petista informou a Justiça eleitoral possuir uma participação em cooperativa habitacional no valor de R$ 47 mil. A suspeita da Polícia Federal e da Procuradoria da República é de que a empreiteira a agentes públicos em troca de contratos fraudados com a Petrobrás.
A estrutura passou por obras de restauração entre abril e setembro de 2014. Conforme o engenheiro Armando Dagre, sócio-administrador da Talento Construtora, em declaração ao MP-SP, a reforma contratada pela OAS, custou R$ 777 mil.
Em julho de 2015, em entrevista para o programa Timeline, da rádio Gaúche, o Prefeito Jairo Jorge comentou as críticas do ex-presidente ao Partido dos Trabalhadores com uma frase polêmica. “Só quem não chegou ao poder, não viveu a corrupção”, proferiu. No ano passado, Lula comentou que a utopia petista foi perdida. Jairo é crítico do governo Dilma Rousseff (PT) e segue a linha do ex-governador Olívio Dutra quanto as atitudes que deveriam ser postas em prática para o que chama de “renovar o PT”. No governo Lula, Jairo foi secretário adjunto do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e chefe de gabinete e secretário-executivo do Ministério da Educação.