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Senador canoense Paulo Paim balançou, mas ficou no PT

Senador Paulo Paim. Foto: Divulgação/Internet

Senador Paulo Paim. Foto: Divulgação/Internet

Bruno Lara

A decisão foi em Casa. O senador regressou ao município de Canoas, de onde saiu para conquistar a cadeira no Senado Federal, após reunião com a executiva estadual do partido que durou cerca de três horas em Porto Alegre. Ele, assim como o prefeito Jairo Jorge, tinha planos de abandonar a sigla. Paim, inclusive, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores.

A decisão ocorreu nesta segunda-feira, 11, quando o representante de Canoas no Congresso Nacional recebeu uma carta do partido que o libera para votar de acordo com a sua consciência em temos polêmicos e não fica obrigado a seguir as determinações do partido. O congressista era assediado pelo PSB, pelo PDT e pela novata Rede Sustentabilidade.

Paim estava especulando sair da agremiação por discordar das ideias e decisões tomadas pela presidente da república, sua companheira, Dilma Rousseff (PT). Agora o partido decidiu apoiar as causas do senador e dar a ele mais apoio nas brigas internas. Segundo ele, em entrevista ao jornal Zero Hora, “o PT do Rio Grande do Sul atendeu a tudo o que eu queria”. Lembrou também que suas causas são referentes aos trabalhadores e aos aposentados.

 

Reforço para Beth Colombo

Para o presidente do PT de Canoas e vereador há cinco mandatos, Emilio Millan Neto, Paim tem um papel que vai além da representação no cenário nacional. Segundo ele, o senador “fez muitos questionamentos quanto às relações partidárias”, o que levou a sigla a uma reflexão no município. “Temos constantemente que nos questionar se a nossa caminhada está no rumo certo e o senador Paim é uma das pessoas que nos ajuda a fazer isso”, destacou Emilio Neto em entrevista.

“Eu tinha a convicção de que ele ficaria nos quadros do partido que ele ajudou a fundar. Ele entendeu que o partido dos trabalhadores é o partido dele”, esclarece. Sem perder de vista as eleições municipais, que ocorrem neste ano, o presidente do partido lembra também que a permanência do congressista é bem vinda. “É um reforço para as eleições municipais. Um senador gaúcho, canoense, cainhando com ela. Ele é um admirador da Beth Colombo”, afirma lembrando que a professora Beth Colombo é a candidata do Partido dos Trabalhadores na sucessão de Jairo Jorge. “Nós temos 12 partidos no nosso grupo que esta discutindo a candidatura da Beth. Uma base de 13 vereadores”, salienta. A decisão que resta é se Beth sairá mesmo do Partido Progressista e para onde irá.

Emílio Neto, vereador e presidente municipal do PT, no ato em defesa do pacto federativo. Foto: Bruno Lara/Arquivo-OT

Posições fortes

O senador gaúcho tem posições fortes no parlamento. Defensor árduo da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) saiu em defesa da mesma nas redes sociais nesta segunda-feira, 11. “Só se revoga a CLT por cima do meu cadáver. Mexer nos direitos trabalhistas é tirar regras que equilibram o jogo em favor dos mais fracos”, publicou.

A mesma gerou apoio e represália na rede social Facebook. “Obrigado, Senador, por tudo que tem feito pelos aposentados. Meu marido é aposentado, minha irmã também é, muitos da família contamos com o Sr. Senador por um país mais digno por que a dona Dilma detonou com nós brasileiros com o Brasil”, disse uma. Outro contestou o motivo de pensar em sair da sigla. “O cara tá saindo pelos motivos errados. Corrupção? Petrolão? Mensalao? Não, está saindo por que não concorda com o necessário ajuste fiscal, que a bem da verdade está sendo um fiasco”, argumentou.

Entre outras pautas, Paim é defensor do ensino de tempo integral como forma de prevenção da violência. Também defende a Encíclica Papal sobre o meio ambiente, o direito de greve dos servidores públicos. É marcado, no entanto, por causas ligadas aos aposentados e pensionistas.

 

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