Para a Prefeitura Municipal de Canoas, “a população tem grande responsabilidade no que tange à prevenção” da Dengue. Isto por que 40% dos depósitos identificados com larvas de Aedes foram encontrados nas visitas dentro dos pátios das residências e os restantes 60 % dos lixos e pneus encontrados em terrenos baldios, estes jogados pela população. Todos sabem, no entanto, que não é raro ver lixo nos terrenos baldios da cidade, uma vez que os entulhos das últimas grandes chuvas ainda não foram recolhidos.
As vistorias prosseguem em toda a cidade. Nos domicílios, diárias dos agentes de endemia em ações de orientação, coleta e tratamento no combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, e também transmissor de chikungunya e do zika vírus. Segundo o órgão, são 41 agentes de endemia, trabalhando nas ruas desde o início de dezembro. Outros 370 agentes comunitários do Programa Estratégia Saúde da Família, no entanto, atuam na prevenção da dengue. “Para combater é simples, não deixe depósitos ao ar livre e não junte objetos dentro de casa que possam acumular água”, recomenda a Prefeitura.
Em casa
Dentro das residências a principal preocupação é com os pratos dos vasos de plantas. Estes, segundo recomendações do poder público, devem estar com areia até a borda ou esgotar a água a cada cinco dias e, sempre lavando as bordas com esponja para remover os ovos. Até a bandeja de degelo da geladeira é preocupante. A orientação é para retirar a água e limpar as bordas a cada cinco dias, se for difícil a remoção para limpeza, colocar água sanitária a cada cinco dias.
Os ralos não ficariam de fora. Os especialistas da Prefeitura recomendam que aqueles ralos que tenham pouco uso, colocar tela mosquiteiro nas aberturas e, se for difícil a colocação de tela, colocar água sanitária a cada cinco dias. Em tempos de muito calor, como é no verão gaúcho, a bandeja do ar-condicionado também é motivo de preocupação. Os aparelhos mais antigos possuem, alguns, bandeja para captação da água que condensa no processo de refrigeração e esta acumula por alguns dias, não sendo possível o esgotamento da água, colocar água sanitária a cada cinco dias é o recomendado.
No pátio
Os cuidados são muitos. A Prefeitura recomenda que os moradores devam manter a caixa d’água sempre com tampa; Manter tampados tonéis e caixas d’água ao nível do solo para captação de água da chuva; Ralos tapados com tela e limpeza com água sanitária; Manter as lixeiras sempre tampadas e não deixar o lixo sem embalagem; Manter as calhas sempre limpas e desobstruídas; Jamais deixar garrafas, baldes, pneus, tanques, lonas, bebedouros, comedouros ao relento; Piscinas com água tratada o ano todo com cloro; Jato de água nas Bromélias a cada cinco dias ou drenar o acúmulo; Oco de árvores ou fenda em pedras deve receber o mesmo procedimento que nas bromélias ou cimentar a parte que acumula água.
No passeio público
A recomendação é óbvia. Mesmo assim, sempre é bom lembrar que nunca se deve jogar o lixo nas ruas, praças ou terrenos baldios. Para os profissionais do governo, este lixo se transformará em depósito para a proliferação do Aedes e, consequentemente, da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus. “Uma simples tampinha de garrafa PET pode-se transformar em depósito, e este depósito originar um mosquito, e este se contaminar com o vírus que pode matar uma pessoa”, alerta.
Segundo em infestações do estado
O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), feito pela Vigilância em Saúde, realizou um levantamento da dengue no município em 2014. O risco de infestação era de 0,34%, o que foi considerado satisfatório. Em 2013, o LIRAa realizado no mês de dezembro de 2013 mostrou que o Índice de Infestação Predial era de 0,24%, considerado em condições satisfatórias.
Em 2015, no entanto, a preocupação aumentou. Canoas foi considerada a segunda cidade da região metropolitana com maior número de casos de infestação da dengue. De janeiro a setembro do ano passado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), seis casos foram confirmados e mais 43 notificados. O que chamou a atenção foi a discrepância do número no município e do estado. O governo do Rio Grande do Sul informou que quatro pessoas foram registradas e 26 notificadas.
Aedes: O mosquito!
O mosquito Aedes aegypti se prolifera em depósitos com água limpa, principalmente provenientes da chuva. Os principais depósitos são garrafas, pneus velhos, piscinas sem tratamento, caixas d’água sem tampa, latas e, inclusive, tampinhas de garrafa e cascas de ovo. “Todos esses locais podem acumular água, que servirão para a fêmea do mosquito depositar seus ovos, que, em contato com a água, em condições ideais, como alta temperatura e alta umidade, em sete dias transformam-se em novos mosquitos adultos”, destaca a Prefeitura. A dengue só é transmitida pela picada da fêmea do Aedes aegypti , que deve estar infectada com o vírus da dengue. Não se transmite a doença de pessoa para pessoa.
Sintomas da doença
– Febre alta com início súbito;
– Dor de cabeça;
– Dor atrás dos olhos;
– Dor muscular;
– Náuseas e vômitos;
– Manchas na pele;
Caso algum desses sintomas ocorra, deve-se ser procurada assistência médica imediatamente.