Bruno Lara
O final de ano foi surpreendente para todos os indicadores. Enquanto a crise parece iminente e frequenta todos os jornais do país, alguns indicadores parecem otimistas. É o caso das vendas pela internet. Ao mesmo tempo em que os comércios com sedes fixas registram uma relevante queda, a pior desde 2003, segundo o Serasa Experian, os comércios online, principalmente os via móbile, conseguem elevar suas vendas. O que se vê nos números, no entanto, é que as pessoas não estão migrando das lojas físicas para as virtuais apenas, mas deixando de comprar.
Pior desenvoltura desde 2003
Segundo o indicador Serasa Experian, o comércio do Natal foi o pior desde 2003 no país. O estudo aponta que as vendas caíram 6,4%. “Este foi o pior desempenho do varejo para as vendas de Natal desde a criação do Indicador em 2003”, revela. Conforme o gráfico, a pior queda havia acontecido em 2014, quando caíram 1,7%. O índice já atingiu um auge de 17% no ano de 2013.
Para o Serasa, no final de semana da data – de 18 a 20 de dezembro – houve queda de 1,7% na comparação com o final de semana equivalente do ano anterior (19 a 21 de dezembro). “Na cidade de São Paulo, as vendas realizadas na semana do Natal caíram 6,1 % ante a mesma semana do ano passado. No final de semana da data, as vendas tiveram queda de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior”, explica.
A culpa, para os economistas da Serasa Experian, é da inflação e do desemprego em alta, do crediário caro, da quedas da renda real e dos níveis de confiança dos consumidores, que desestimularam o movimento dos consumidores nas lojas durante a data comemorativa do Natal deste ano.
Para o presidente do Sindilojas de Canoas, Denério Neumann, a queda nos comércios de Canoas não foi tão assustadora quanto se esperava. “Não é uma queda como esperávamos. Estávamos muito preocupados. Até agora, o que temos de conhecimento é que as vendas estão razoáveis. Depois do natal houve um “reforço no caixa” daqueles que esqueceram de comprar antes”, sustenta. Segundo Denério, os valores, o volume de venda é bastante considerável. Isto porque o preço dos produtos “teve uma queda bastante brusca”, destaca. O presidente do Sindilojas Canoas é otimista quanto as vendas para o próximo ano e aguarda um 2016 de superação. “Que o ano novo seja realmente motivador e que Deus ajude a passar as dificuldades”, destaca.
1,1 mil vagas de emprego
Embora o correr do mercado comercial físico não vai bem no país, o Banco de Oportunidades de Canoas divulgou nesta terça-feira, 29, as 1.147 vagas disponíveis no sistema. As áreas de maior interesse são as de Atendente Júnior (300 vagas), Operador de Telemarketing (104), Operador de Máquinas (37), Técnico em enfermagem (33), Assistente de Educação Infantil (32), Professor (31), Auxiliar Administrativo (33), Ajudante de Carga e Descarga (29) e Enfermagem (23).
Criado em 2014, O Banco cruza, de forma automática, os dados informando, por e-mail, as vagas disponíveis segundo a profissão do candidato e, às empresas, os currículos de quem busca emprego, gerando agilidade e rapidez na seleção. Atualmente, são 252 empresas e 1.146 para 6.791 currículos cadastrados.
Para cadastrar o currículo, o candidato pode acessar o portal da www.canoas.rs.gov.br/bancodeoportunidades.
O Banco de Oportunidades é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura Municipal de Canoas.
Multinacional fecha supermercados
A multinacional norte-americana Walmart anunciou o fechar de portas de 50 unidades no Rio Grande do Sul. Os supermercados notificados têm até a quarta-feira, 30, para encerrar as atividades. A gigante é proprietária de grupos como o Nacional, BIG, Todo Dia e Maxxi Atacado. A estimativa é de que mil empregos sejam perdidos nesta operação. Mercados que já estavam com o fechamento decretado em Canoas, como o Todo Dia localizado ao lado da estação Mathias Velho da Trensurb, fez promoção dos artigos para não perder os produtos.
Supermercado no Mathias Velho fez promoção nos produtos um dia antes de fechar as portas. Foto: Bruno Lara/OT
Crescimento no móbile
Segundo pesquisa do Mercado Pago, instituição de pagamento do MercadoLivre, em parceria com o Instituto IPSOS, divulgou pesquisa que aponta que o número de pagamentos via smartphone no Brasil dobrou. O resultado, segundo a empresa, destaca a importância dos varejistas online se adaptarem ao móbile.
O estudo apontou que 45% dos entrevistados já realizam algum tipo de operação de pagamentos via smartphones – mais do que o dobro (21%) do registrado em 2014 pela mesma pesquisa. O instituto IPSOS entrevistou 450 usuários de internet no Brasil. Entre os pagamentos mais realizados pelos brasileiros que usam smartphones estão roupas e acessórios (59%), celulares (56%), eletrônicos em geral (49%) e pagamentos de contas de casa (água, luz, etc) (45%). Entre as categorias que os entrevistados ainda desejam passar a pagar de forma móbile estão Alimentos e Bebidas (23%), Turismo (20%) e Educação (19%).
Aumento de 26% online
Para a agência Bit/Buscapé Company o aumento foi ainda maior. Considerando todo o universo online, não só o móbile, considerou que as vendas de Natal no varejo eletrônico registraram R$ 7,4 bilhões. Uma alta de 26% nas vendas de Natal e Black Friday no varejo online brasileiro em comparação com 2014. A quantidade de pedidos foi de R$ 17,6 milhões, aumento de 16% em vista do que houve no ano anterior. O valor médio foi de R$ 420,08, avanço de 8,4% na mesma base de comparação.