Comunidade
Casa Espírita Pai José de Aruanda completa 60 anos
Terreira foi fundada em 1955 e desde 1963 conta com Nelson Gomes Fernandes como seu diretor
A Casa Espírita Pai José de Aruanda completa nesta quinta-feira, 24, 60 anos de atividades em Canoas. Em alusão à data, o jornal O Timoneiro preparou uma reportagem sobre a história da terreira de umbanda e sobre o seu funcionamento.
Abertura
A terreira foi fundada por José Lima, no dia 24 de dezembro de 1955. Lima foi o primeiro diretor da Casa, sendo sucedido por Vicente Antarão Martins. Em 1963 foi a vez de Nelson Gomes Fernandes, o Seu Nelson (como é mais conhecido), assumir a direção. Ele permanece até hoje no cargo, sendo uma referência para a comunidade umbandística canoense. O nome da terreira, Pai José de Aruanda, é o nome do preto velho (entidade espiritual) que dirige a Casa no plano espiritual.
A sede
Vale destacar que em 1955, quando a terreira foi fundada, não havia sede, apenas as imagens e alguns bancos móveis, que transitavam de casa. Foi só em 1963 que Nelson, ao assumir a direção, disponibilizou os fundos da sua casa, na rua Nicolau Seibel, para sediar a terreira. A mudança para a sede atual, localizada na rua Ana Néri nº 928, no bairro Rio Branco, ocorreu em 1972.
Para adquirir esta sede, foram feitas campanhas de diversos tipos. Por exemplo, nessa época Nelson trabalhava no frigorífico Frigosul e os colegas de trabalho o ajudavam coletando os vidros das janelas quebradas e ferro velho, coisas que eram colocadas em uma caixa e depois vendidas para angariar fundos destinados à compra do terreno.
Regularização
Nelson, sempre preocupado com a oficialização da terreira, foi em busca de sua regularização através de seu estatuto, que foi encaminhado para registro no Cartório e publicado no Diário Oficial após muito trabalho e resistência da comunidade canoense. Segundo Nelson, o Centro Espirita Pai José de Aruanda foi a primeira Casa Espírita de Umbanda a receber permissão legal para realizar publicamente seu culto em Canoas.
Associação
Por perceber as diferentes realidades entre o funcionamento das terreiros, tanto nas questões legais quanto de prática da Umbanda, Nelson, representando a Casa Espírita Pai José de Aruanda, foi também um dos fundadores da Associação Umbandista de Canoas. Nesta mesma época, Nelson conseguiu também algo histórico para a Umbanda em Canoas. Por ter trabalhado como assessor de vereador no município, conseguiu, dentro da Câmara, o respeito à Umbanda como religião. Com isso, foi aprovada uma homenagem à Umbanda na Câmara de Vereadores, no dia 15 de novembro de 1984 que é o dia nacional da Umbanda.
O Congá
É impossível falar da história de uma terreira sem falar do seu Congá, que é o local do templo onde estão colocadas as imagens dos santos dos caboclos e dos pretos velhos que regem os trabalhos da Casa e que são reverenciadas durante as cerimônias religiosas. Na Casa Pai José de Aruanda o Altar do congá está dividido em três partes onde se localizam as imagens.
A primeira parte é a Linha de Santos, onde está, ao centro, a imagem de Jesus Cristo que na Umbanda é Oxalá, acima de sua cabeça está uma estrela do mar que representa Iemanjá, entidade feminina associa ao culto de Maria, mãe de Jesus, e no alto está a Pomba do Espírito Santo. Nos altares laterais esquerdo e direito do Congá estão colocadas imagens de vários santos católicos.
Já a segunda parte é a Linha de Caboclos, onde se localizam, no seu altar esquerdo, o Flecheiro da Mata, na parede a figura de um índio, e da direita para esquerda o Caboclo Três Penas, a Cabocla Estrela Guia e a Cabocla Jandira. No altar direito estão, da direita para a esquerda: a cabocla Jupira, o Caboclo da Mata, Pena Branca, Pena Verde, Ubirajara. À frente está São Jerônimo, que na Umbanda é Xangô, e São Jorge, que na Umbanda é Ogum.
Na terceira parte, a Linha de Pretos Velhos, estão, no altar direito, o Rei Congo no meio, à frente Pai Jerônimo, e, ao fundo, Pai João da Bahia e Pai Benedito. No altar esquerdo, da direita para a esquerda estão: Maria do Balaio, Pai Beneditoe Pai José de Aruanda.
Abaixo do altar fechado por uma cortina estão a imagem de uma estrela de cinco pontas azul, na parede, e, em frente, uma caixa de vidro representando um lago com a imagem de Iemanjá e uma estrela do Mar, rodeada de flores amarelas.
Cotidiano
A Casa tem duas sessões por semana, terças e quintas-feiras, sendo que esta última é apenas para a corrente mediúnica. Na chegada todos assinam o livro de presença. São realizadas sessões de caboclos e de pretos velhos.
Os médiuns que vão para o trabalho de atendimento espiritual, ou trabalho de corrente como é conhecido, só entram na sala de incorporação se estiverem vestidos de branco. Outras pessoas visitantes podem também incorporar e são atendidas, mas não fazem parte da corrente mediúnica.
A disciplina é rigorosa e os trabalhadores médiuns só entram para a sessão mediúnica após longo preparo nos cursos de formação da Casa, desenvolvidos por seu diretor espiritual. As pessoas só podem desenvolver tarefas mediúnicas se preparadas e com conhecimento adquirido através de estudo da doutrina e do fenômeno mediúnico.
Além disso, é exigido dos médiuns assiduidade e pontualidade nos trabalhos, porque o trabalho espiritual é um compromisso com o mundo espiritual da Casa ,que estará presente e interagindo com o corpo mediúnico no período de tempo para isso estabelecido.
Comunidade
Sorteio do Minha Casa, Minha Vida contempla 250 famílias. Confira lista.


Foto: Jhennifer Wolleng
Com transmissão ao vivo pela internet, a Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, realizou nesta quarta-feira (16) o sorteio do programa Minha Casa, Minha Vida. No auditório Sady Schivitz, na sede da Prefeitura, foram contempladas 250 famílias, que irão morar nos Residenciais Pistoia e Santa Fé, no bairro Rio Branco. Também foram sorteados os candidatos suplentes.
Os dois complexos habitacionais estão em fase de construção, com previsão de entrega dos imóveis para setembro deste ano. Antes de ocupar o imóvel em definitivo, os contemplados passarão pelo processo de análise documental na Caixa Econômica Federal e pelo trabalho técnico-social da Prefeitura, que promove um processo de adaptação das famílias à nova moradia.
Confira aqui a lista dos sorteados
Ao todo, os Residenciais Pistoia e Santa Fé oferecem 500 unidades habitacionais. A outra metade das famílias que irá morar no local será reassentada, já que ocupavam anteriormente invasões que foram alvo de reintegração de posse pelo município.
Nesta quarta-feira, participaram do sorteio os cidadãos que realizaram o recadastramento. Enquadram-se nos critérios nacionais famílias residentes em áreas de risco, insalubres ou que tenham sido desabrigadas, comprovado por declaração do ente público; famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar, comprovado por autodeclaração; e famílias das quais faça(m) parte pessoa(s) com deficiência, comprovado com a apresentação de atestado médico.
Comunidade
Assembleia de Deus comemora 80 anos de fundação em Canoas
A igreja Assembleia de Deus, de Canoas, comemora uma marco importante na cidade. O Jubileu de Carvalho da entidade ocorre nesta sexta-feira, 18 de agosto, e terá programação intensa de comemorações. O pastor Edegar Machado, líder da igreja no município há mais de 30 anos, recebeu a reportagem de O Timoneiro para falar acerca da programação das celebrações e sobre a atuação na cidade.
Tamanho
A importância da Assembleia de Deus, de Canoas, é contada também em números. A instituição, de acordo com Edegar, abrange atualmente 16 mil membros e conta com 88 igrejas na cidade. “A igreja se expandiu através do trabalho missionário e atua em diversos ponto do mundo”, conta Edegar.
Visão Social
O pastor destaca a visão social da instituição: “Não temos somente o trabalho espiritual, mas cuidamos do lado social. Eu considero isso como a outra mão da igreja. Nós temos o lado humano, que é alcançar as pessoas em suas necessidades”, comenta. O trabalho realizado abrange especialmente o cuidado de crianças. Edegar ainda citou projetos como escolas artesanais, que ajudam no desenvolvimento de trabalhos comunitários, além de postos de distribuição de sopa vinculados à Associação Beneficente Lar Esperança de Canoas , onde são atendidas cerca de mil crianças por semana.
Programação
A igreja promove cultos de celebração na sexta-feira, 19, até domingo, 20, no templo central da Assembleia de Deus, no bairro Mathias Velho. No domingo, a partir das 9 horas, ocorre concentração na praça Antonio Beló, na Rua Dr. Barcelos, onde será inaugurado um monumento em homenagem aos 80 anos da igreja. Após, são esperadas quatro mil pessoas para uma caminhada até o templo central da instituição, onde ocorrerá culto de graças.
História
Por determinação do pastorado da Igreja em Porto Alegre, o evangelista Amaro dos Santos foi designado, em 1937, para cuidar do trabalho da instituição em Canoas. Os primeiros cultos ocorreram no bairro Niterói. Ficou marcado na história da igreja um grande culto, realizado junto a uma figueira localizada nas proximidades da casa de André Lemos, em 18 de agosto de 1937. O local permanece com a figueira até hoje e, por conta disso, foi escolhido como local para a homenagem aos 80 anos da instituição.
Comunidade
Canoense tem 94 anos de futebol, mídia, direção e simplicidade
Marcelo Grisa
Hélio Ferreira da Silva nasceu em 1º de outubro de 1923. Filho de empregados na fazenda do estancieiro Victor Barreto, o motorista aposentado viu a história do século XX como poucos canoenses puderam. Hélio hoje mora com os sobrinhos Júlio Ragazzon e Raquel Araújo. E esta é sua história.
O futebol e a guerra
No começo de 1932, Hélio observava o nascimento do Sport Club Oriente, um dos mais tradicionais de Canoas. Alguns anos depois, jogou no time e virou craque. Como atacante central, marcava muitos gols.
A incipiente trajetória de Hélio Ferreira no futebol incluiu passagens pelo Canoense e até mesmo no Grêmio. Entretanto, uma grave lesão o afastou em definitivo dos gramados. Uma “pisada” deixou como lembrança um esmagamento logo acima do joelho. “Eu até poderia jogar, mas nunca mais fui. Deu muito medo”, explica.
“Às vezes eu ainda sonho com as mulheres da arquibancada me chamando. Parece que me vejo jogando de novo”, admite. Mas a vida ainda tinha reservado muito mais para o canoense de fala fácil e sorriso alegre.
Nesta época, o canoense já estava na Aeronáutica. Começava a Segunda Guerra Mundial, e todos no quartel ficavam de prontidão, recebendo apenas um dia de folga por semana. “Eu ficava em casa de farda. Se a sirene tocasse, tínhamos meia hora para nos apresentar”, lembra.
Hélio Ferreira da Silva, entretanto, nunca veria os fronts da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália. Há poucos dias de ser embarcado para o campo de batalha, chegava o mês setembro de 1945. A guerra acaba.
Hélio “Caldas” e Ernesto Geisel
Mesmo antes, durante e depois da guerra, a vivência nas Forças Armadas proporcionou o que seria uma de suas maiores paixões: os carros. Depois de sete anos, saiu da Aeronáutica e tornou-se motorista particular. Acabou por trabalhar 40 anos de sua vida para a Companhia Jornalística Caldas Júnior, dona do jornal Correio do Povo, como motorista da família de Breno Caldas. Por muito tempo, sua família morou na propriedade da família Caldas no bairro Belém Novo, em Porto Alegre.
Recentemente, Hélio visitou os netos de Breno, que o chamaram de “Hélio Caldas”, tamanha fora sua contribuição para a família.
Mas as mais histórias das quais Hélio mais se lembra são aquelas que envolviam os governos da ditadura militar. Primeiro, quando o golpe era dado, em 1º de abril de 1964, Breno Caldas pediu ao motorista que buscasse suas filhas na Rua Coronel Bordini, no bairro Auxiliadora, e as trouxesse ao Belém Novo. Recebeu uma arma, e deveria impedir, depois de todos em casa, que qualquer um entrasse na propriedade. Tendo que lidar com militares às portas do terreno, Hélio deixou-os entrar, mas cuidou cada movimento deles. Depois de uma medição no terreno – o que acontecia no local com frequência – eles foram embora sem maiores percalços.
Em outra oportunidade, em razão do aniversário de Breno Caldas, o presidente Ernesto Geisel, também gaúcho, veio até a fazenda para parabenizá-lo. Hélio teve que esconder um papagaio, que era ilegal, da vista do mandatário. Como um dos genros do patrão acabou por entregar a existência da ave, Geisel exigiu vê-la.
O que se sucedeu, entretanto, tranquilizou a todos. Ao ver o papagaio, que havia sido ensinado a falar muitos palavrões, o presidente desatou-se a rir mesmo sendo xingado pelo bicho.
Cuidado com o caminhão
Ao aposentar-se, Breno Caldas queria que Hélio continuasse trabalhando para ele, mesmo que não mais tendo carteira assinada por sua companhia. Não era bem sua ideia: eram os anos finais da Caldas Júnior antes de sua venda, e o motorista tinha o sonho de ter um caminhão e trabalhar com entregas.
Acabou recebendo a chave de um veículo à sua escolha entre 18 que estavam na garagem da propriedade, escondidos dos credores. “Breno puxou um bolo de chaves do bolso e disse: ‘Escolhe uma. Pode pegar.’ Mais tarde fui lá e escolhi um caminhão.”
Graças à rápida passagem da titularidade dos documentos, Hélio pode ficar com o veículo até poucos anos atrás, quando parou de dirigir. “Não quero me gabar, mas nunca causei nenhum acidente. Com a idade, preferi pedir para o Júlio aqui me levar nos lugares. Não é agora que eu vou ter um solavanco e acabar machucando alguém”, preocupa-se.
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