Foto: Divulgação/ebc
A AIDS, ou Síndrome de Imunodeficiência adquirida, como é de conhecimento geral, é causado pelo retrovírus HIV classificado na subfamília dos Lentiviridae. Ele ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Alterando o DNA dessa célula que o vírus faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Porém, ter HIV não é o mesmo que ter AIDS. Há soropositivos que convivem anos sem apresentar sintomas da doença. O HIV pode ser transmitido através de relações sexuais sem preservativos, seringas usadas e ou de mãe para filho.
Canoas: Quarta cidade do estado em infectados
Em junho deste ano, O Timoneiro publicou o dado da Câmara Municipal de Vereadores de Canoas, em argumento para aprovar o Projeto de Lei (PL) de autoria do legislador Ivo Lech (PMDB), que estabelece a obrigatoriedade de danceterias, boates, casas noturnas e congêneres disponibilizar, gratuitamente, preservativo aos clientes. Este ano, o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, comemorado nesta terça-feira, 1, tem programação organizada pelo Departamento de Políticas e Ações em Saúde do Município.
Em uma tenda montada em frente à sede Serviço de Atendimento Especializado/Centro de Testagem e Aconselhamento, haverá a realização de testes rápidos e distribuição de material informativo e preservativos com profissionais caracterizados. O SAE/CTA fica na rua Frei Orlando, 14, no Centro. A mesma ação acontecerá nas UBS União, Fernandes, Niterói e Nova Niterói.
Às 19 horas, a Escola Municipal Nancy Pansera, no bairro Guajuviras, sediará o encerramento anual da Caravana da Diversidade. No mesmo horário, haverá mobilização na avenida Inconfidência, com distribuição de material informativo e preservativos, com a participação de profissionais da Secretaria de Saúde e alunos da Escola O Acadêmico.
Na sexta-feira, 4, às 14 horas, ocorrerá uma Roda de Terapia Comunitária, intitulada “A prevenção abraçando Canoas”. Na ocasião, os moradores serão informados sobre as formas de prevenção, os riscos e o tratamento da AIDS.
RS tem o dobro da taxa de mortalidade do país
O estado de 497 municípios não dá esperanças aos interessados sobre o assunto. “Embora em 2014 se tenha observado uma redução da taxa de detecção da Aids no Rio grande do Sul (38,3 casos para cada 100.000 habitantes), o estado ainda registra uma taxa superior aquela encontrada no país (19,7 casos/100.000 habitantes). A expectativa do governo do estado não é estimulante. Segundo o Boletim, o governo espera que até o ano de 2020, “90% das pessoas diagnosticadas com HIV recebendo tratamento”, Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/AIDS e Sífilis 2015 da Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul.
Assinado pelo secretário estadual de saúde, João Gabbardo dos Reis, o estudo mostra que o estado do Rio Grande do Sul tem o dobro da taxa de mortalidade do Brasil. O mesmo tem como objetivo “divulgar informações sobre a vigilância epidemiológica desses agravos, a partir da consolidação dos dados disponibilizados nos sistemas nacional de notificação”.
A estimativa dos órgãos do governo é que milhares de pessoas convivem com Aids em todo o território nacional. “Segundo estimativas de 2014 pelo DDAHV (Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais)/SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde)/MS (Ministério da Saúde), 734 mil pessoas vivem com HIV/Aids no país, correspondendo a uma prevalência de 0,4%”. A maioria dos casos é em homens de 15 a 49 anos (0,7%). Nas mulheres, de mesma faixa etária, o número é um pouco menor (0,4%).
Boletim Epidemiológico 2015. Foto: Divulgação/Internet
86 mil Gestantes infectadas
O número é pior com as gestantes. Segundo dados da secretaria, “de 2000 a junho de 2015, o Brasil notificou 86.732 casos de gestantes infectadas com o HIV. Destes casos, 31,0% (26.895) foram identificados na região Sul, sendo que o estado do RS, neste período, notificou 16.011, representando 18,5% do total de casos”.
Menores de 5 anos
Segundo o documento, “no período de janeiro de 1982 a junho de 2014 foram notificados 1.939 casos de Aids em menores de 5 anos no estado do RS, sendo 38,5% (746) residentes no município de Porto Alegre, 4,5% (88) em Canoas e 3,5% (68) em Viamão”. Ou seja, 88 crianças menores de 5 anos, até junho do ano passado, foram notificadas com Aids.
Mortalidade por Aids
No país, de 2003 a 2014 foram registrados “141.182 óbitos por causa básica de Aids, sendo deste total, 30.108 (21,3%) associados à Região Sul”. No RS foram 16.788 óbitos, representando 55,7% das mortes de toda a região Sul.
Taxa de detecção
No ranking da taxa de detecção (por 100.000 hab.) de casos de Aids notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN) declarados no Sistema de Informação de Mortalidades (SIM) e registrados no SISCEL (Sistema de Controle de Exames Laboratoriais)/SICLOM (Sistema de Controle Logístico de Medicamentos) nos 64 municípios de residência prioritários por ano de diagnóstico de 2003 a 2013, Canoas ficou em 11ª lugar.
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul adverte, no entanto, que “outras atividades sociais – como beijo, toque, abraço, aperto de mão, compartilhamento de toalhas, talheres, pratos, suor ou lágrimas – não transmitem a doença e não há risco desses tipos de contato com uma pessoa soropositiva”.
Para maiores informações, o estado disponibiliza um número, apelidado de “Disque-Aids”, disponível em 0800-54-10-197 gratuitamente. Também através da rede social facebook com o nome “Sem Camisinha Não Dá” e no portal do Ministério da Saúde em www.aids.gov.br.