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DESEMPREGO Estimativa de sindicato é que 2.500 sejam demitidos até o final do ano

Empresa chegou em Canoas em 1995 e fecha as portas em 2015. Foto: Bruno Lara/OT

Empresa chegou em Canoas em 1995 e fecha as portas em 2015. Foto: Bruno Lara/OT

As demissões na empresa MWM repercutiram na cidade em função do grande número de demissões. Segundo Cledenir Dias Paim, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas, na quinta-feira, mais 75 pessoas foram demitidas em bloco pela empresa que começou o ano com 1.100 funcionários. Em agosto eram 720 na folha de pagamento e, atualmente, a MWM possui apenas 500 funcionários a serem demitidos.
Paim é funcionário da empresa e completará 22 anos em fevereiro de 2016, mês em que a empresa pretende fechar as portas. O motivo foi o término de contrato entre a fabricante de motores e a multinacional General Motors (GM).
Segundo Paim, neste ano, o sindicato já totalizou 1.800 rescisões de pessoas que foram desempregadas que possuem mais de um ano de empresa. A perspectiva para o final do ano é ainda pior. Ele entende que ao menos 2.500 trabalhadores com mais de um ano de empresa devem perder seus empregos até o final deste ano. “Para nossa cidade, isso aí é um prejuízo enorme. São milhares de famílias perdendo emprego. Todas as empresas estão com demissões”, afirma o diretor.
Para ele, a culpa é da inflação em torno de 9,5%. “Não estamos vendo com bons olhos 2016. A inflação está muito alta. A inflação mais 2% de aumento real. Esse ano recebemos a inflação parcelada em duas vezes. A realidade é de mais empresas fechando as portas”, esclarece.
Só em Canoas, conforme Paim, ao menos mais três empresas devem fechar as portas. “Empresa com 40 (funcionários) para mandar embora com uma folha de pagamento de um milhão e meio (R$ 1,5 milhão) e não tem dinheiro para pagar a rescisão”, afirma.

Reclamação dos funcionários
Sobre a acusação de não conversar com funcionários, apenas com a empresa, Paim informou que não procede. “A gente trabalha com números, papéis e documentos. Eu fui um cara presente em todas as negociações sindicato-empresa. Foi feita assembleia (três ao todo) interna com a assinatura de todos os trabalhadores presentes”, segundo ele, de 3 de agosto até o momento.
Para ele, a solução chegada com a MWM superou o que está previsto na legislação. “A empresa mesmo encerrando as atividades está dando seis meses de planos de saúde mais dois salários mínimos e meio”, declarou. Paim reforçou que um turno, “que envolvia cerca de 18 funcionários, o supervisor passou o conteúdo maior”, por isso não participando da assembleia. Paim informou que na última reunião o prefeito Jairo Jorge (PT) esteve presente. “Inclusive o Jairo se colocou à disposição”, destacou.
Segundo informações de fontes extra-oficias, a empresa chinesa interessada em comprar a MWM é a Foton Motors que já tem unidades no Brasil e fabrica caminhões. Segundo estas fontes, um time com 90 funcionários já foi montado e há uma estimativa de 1.300 funcionários novos se fechasse o acordo.

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