Timoneiro

Casa do Niterói ainda não recebeu telhas ou lonas da Prefeitura

Nilze Chaves, 50 anos, moradora do Niterói, não recebeu telhas nem lonas da Prefeitura. Foto: Bruno Lara/OT

Nilze Chaves, 50 anos, moradora do Niterói, não recebeu telhas nem lonas da Prefeitura. Foto: Bruno Lara/OT

Após o segundo dia que foram abertos os cadastros para as casas severamente atingidas pelo temporal para receberem telhas e lonas do município, Nilze Chves, 50 anos, foi até a subprefeitura sudeste para realizar o procedimento. As bombas não funcionaram naquele dia e o pátio ficou cheio d’água.
“No segundo dia eu fui fazer o cadastro lá na subprefeitura e ficamos aguardando. Na semana retrasada, passamos lá de novo, nem os cadastros existiam mais. O que eles deram de desculpa foi que o pessoal que estava trabalhando lá não era capacitado, não tinham experiência e colocaram tudo fora os cadastros. Até agora estou só no aguardo. Minhas coisas estão ali, não tenho dinheiro para comprar”, lamenta.
Goteiras e telhas quebradas são rotina há mais de um mês. O marido, Lauro André Oliveira, 51 anos, acredita que o prejuízo é grande. “Mais ou menos em torno de R$ 4 mil fora os móveis. Não recebemos nada. Foi tudo comprado com nosso dinheiro”, aponta. “Já vai fazer um mês do temporal e estamos aí ainda, esperando a telha”, complementa.
O problema do casal é que com a situação, toda chuva é preocupante, mas a revolta é com a falta de cuidado com os cadastros. “Ficamos horas na fila para nada. Estamos perdendo até a dignidade. Perdendo tudo que a gente almeja como cidadão. Chega na hora de pagar a luz, a água, os impostos está sempre em dia. Mas quando tu precisa te viram as costas. Ninguém da bola para a gente”, desabafa a dona de casa.

Prefeitura confessou
Segundo o pedreiro, a Prefeitura não distribuiu materiais de construção. “a própria subprefeitura me disse que não distribuíram telha nenhuma. Que quem fez isso foi um ou outro vereador ou alguma empresa, mas a Prefeitura não distribuiu”, afirma.
Para ele, tudo dependa da vontade dos gestores. “Estamos aqui de mãos atadas aguardando pela boa vontade do nosso Prefeito, subprefeito, as entidades que resolvem. Eles não estão nem ai. Particularmente, pelo que eu sei, a parte pobre, que precisa, não estão recebendo nada”, critica.

Água é outro problema
Para o pedreiro Lauro, a conta de água também é um absurdo. Três meses atrás o relógio da Corsan da residência foi trocado e a conta deste mês conta surpreendeu. “Agora veio essa exorbitância de água logo após a enchente. Esse relógio deve ter vindo com alguma avaria, pois o outro não dava esse acréscimo. De 20 metros cúbicos de água passar a pagar 42 é complicado”. No mês anterior, a conta veio com o valor de R$ 188,40. Neste mês, mesmo cinco dias sem o fornecimento e a casa inundada, a conta foi de R$ 345,77.
Para Nilze o problema foi o medidor usado. “Trouxeram um usado para nós. O rapaz disse que a data dele era de 2013. Não era para estar dando problema, pois tem durabilidade para cinco anos, mas pode ter acontecido por ter ficado embaixo d’água. Há uns três meses foi trocado”.

O que diz a Prefeitura
O órgão informou que “40.800 telhas já foram distribuidas, e 231 mil metros quadrados de lonas, priorizando as famílias mais necessitadas”. Sobre a reclamação de extravio de cadastros na subprefeitura e que amigos das autoridades receberam o auxílio, afirmou que “desconhece essa informação.”

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