Timoneiro

Obra completa dois meses com problemas

Largo da Praça da Bandeira completa dois meses de inauguração e já está quebrado. Foto: Bruno Lara/OT

Largo da Praça da Bandeira completa dois meses de inauguração e já está quebrado. Foto: Bruno Lara/OT

Iniciada em dezembro de 2014, a obra de revitalização do Largo da Bandeira foi entregue no dia 3 de agosto deste ano, pelo montante de R$ 1,77 milhão dos R$ 5,49 que custou a reforma de três etapas, contemplando também Calçadão e praça da Bíblia.
Prestes a completar seu segundo mês após a conclusão dos procedimentos, no entanto, o local já é mal visto pela população que critica desde o projeto ao material que foi usado para a construção das estruturas presentes no local. A equipe de reportagem de O Timoneiro, presente no local, constatou que seis pilares que servem para evitar o tráfego de carros estão caídos.

Barreiras de concreto estão caindo. Foto: Bruno Lara/OT

Estrutura e mobiliário do Largo é composta por 12.725 peças de basalto, alguns já soltos; 65 mil pedras portuguesas assentadas; 1.317 peças de piso tátil (direcional e alerta), alguns já gastos; quatro conjuntos de lixeiras, divididas em orgânico, metal, vidro, papel e plástico; nove bicicletários; tóten de identificação; display; dez bancos questionados pelos moradores por seu formato; 27 luminárias de led em nove postes de luz (três lâmpadas em cada); quatro telefones públicos, embora o uso dos mesmos seja pequeno ou inexistente; um bebedouro; três canteiros de árvores; barreira de veículos caídas.
No local há dois estacionamentos além de uma autoescola. O tráfego de veículos no local é intenso. “Não sei por que não colocaram asfalto aqui”, questionou um proprietário que preferiu não ser identificado. Segundo este, a caixa de rede elétrica já foi cinco vezes arrumada. “Tudo quebrado. A caixa afunda”, lamenta.

Fluxo de veículos de transeuntes é intenso no local. Foto: Bruno Lara/OT

Vereador denunciou ao MP
Na quinta-feira, 24, o vereador Juares Hoy (PDT) enviou ao promotor de justiça Felipe Teixeira Neto um pedido de atenção do Ministério Público (MP) para com as obras. No documento, ele pede a “intervenção do Ministério Público para iniciar a imediata retirada dos mesmos”.
“O denominado Largo da Praça da Bandeira, recém-inaugurado pelo Poder Público, tem como uma de suas peças de mobiliário, pré-moldados de concreto que delimitam o trajeto de veículos que acessam ao local para desembarque de passageiros que se utilizam do Trensurb, reposição de mercadorias em estabelecimentos comerciais, estacionamentos particulares e até as residências”, aponta no texto.
O parlamentar afirma que o material não é de boa qualidade. “Estas peças devido à extrema falta de qualidade tombam a um leve toque, podendo acarretar acidentes sérios devido a seu peso e formato e colocam em risco todos os cidadãos que ali transitam, em especial deficientes visuais e idosos”, destaca.
No final, solicitou que as obras de revitalização do todo devam ser monitoradas “em virtude da falta defidelidade com o projeto vencedor do Concurso Nacional, principalmente no item mais importante da obra que seria o acesso ao Trensurb através do calçadão central, onde estariam disponibilizadas escadas rolantes. Vale ressaltar ainda que o concurso realizado pelo Executivo gerou custos significativos ao município de Canoas sem, no entanto ter sido cumprido em sua integralidade”, conclui o legislador.

Qualidade do material é questionado pelo vereador Juares Hoy (PDT). Foto: Bruno Lara/OT

O que diz a Prefeitura
Segundo a atual administração, “a obra foi executada de acordo com as normas técnicas e com o projeto executivo”. Informou que “caso necessário, a empresa contratada irá repor o que for preciso até o final de toda a revitalização. “A fiscalização do Escritório de Engenharia e Arquitetura da Prefeitura está atenta a todos os aspectos da obra”, garantiu.
No trecho que possui uma autoescola e ao menos dois estacionamentos, a Prefeitura garanta que não há tanto fluxo de veículos. “o fluxo de veículos naquele trecho é apenas local, pois se trata de uma via sem saída. O tipo de pavimento escolhido é adequado e utilizado em espaços públicos em todo o mundo. Adotou-se todas as medidas necessárias que garantem a segurança e a durabilidade necessária, mesmo no trecho de acesso aos veículos”. Consultado, o órgão garantiu que o projeto original está sendo seguido e que “todas as medidas necessárias estão sendo adotadas, de acordo com as normas técnicas e com a concessionária de energia local”.

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