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Prefeitura não repassa verbas para entidades que cuidam de crianças e adolescentes há um ano

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Na foto. (esq.) Miguel Siriacov (chimarrão da amizade); Marília Pereira (Consecom); Marilei Goulart (ACBC - Mãos Dadas); Márcia Souza (Assabeni - Comdica); Jeane Kich (Parceiro Voluntários); Luísa Camargo (Instituto Pestalozzi); e Odil Gomes (Conselho Estadual de Saúde). Foto: Bruno Lara/OT

Na foto. (esq.) Miguel Siriacov (chimarrão da amizade); Marília Pereira (Consecom); Marilei Goulart (ACBC – Mãos Dadas); Márcia Souza (Assabeni – Comdica); Jeane Kich (Parceiro Voluntários); Luísa Camargo (Instituto Pestalozzi); e Odil Gomes (Conselho Estadual de Saúde). Foto: Bruno Lara/OT

Bruno Lara

Preservar os direitos das crianças e dos adolescentes no município tem sido um desafio para as mais de 14 entidades que realizam o trabalho. O problema está no repasse de verbas do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, que deveriam ser feitos pela Prefeitura. Segundo os coordenadores do Fórum Municipal dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, desde julho de 2014 a Prefeitura Municipal de Canoas não distribui para as instituições o dinheiro que deveria ser destinado única e exclusivamente para ações com os jovens em situação de vulnerabilidade social.
Estas entidades buscam atender, de forma competente, o turno inverso da escola, tentando complementar as atividades com ações benéficas; orientar os grupos de fortalecimento de vínculos, que são as famílias que acabam sendo atendidas no contexto do projeto; incentivar a prática de atividades esportivas, de lazer, cultura, música, dança, e o movimento artístico cultural de modo geral entre outros serviços.

O Fundo
O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente é o instrumento jurídico por onde passam os recursos destinados às políticas de atendimento as crianças e adolescentes que estão à margem da sociedade. Todo investimento a ser feito para essa política deve passar, necessariamente, por ele.
Segundo a coordenadora do Fórum de Entidades, Luisa Camargo, representante também do Instituto Pestalozzi, os valores estão retidos há mais de um ano, valores estes formados através de recursos públicos e angariados pelas próprias instituições. “Os projetos já estão em andamento, já estão quase findos e nós não temos ainda repasse nenhum. O recurso está retido, o fluxo é demorado, ele não é ágil”, explica.

Executivo distante
Tanto o conselho quanto as entidades e o próprio Fórum tentam aproximar o Executivo da situação. “Fomos recebidos pela chefe de gabinete (do Prefeito) que nos prometeu que nessa semana teríamos a resolução deste problema”, lembra. “Não compareceu ninguém, nos comunicamos por telefone com o Gabinete, ficou para até sexta-feira nos reunirmos, mas nós não temos mais tempo. O mês de setembro se encaminha para o final. Restam dois, três meses para o final do ano e aí os projetos já acontecem sem recursos”, conclui.
Miguel Siriacov, representante do Chimarrão da Amizade, foi além. “Fomos recebidos de uma forma pejorativa. Fomos recebidos no corredor, de pé, com uma informação desastrosa”, lamenta. Para ele, é importante ressaltar que esse trabalho realizado pelas entidades é de responsabilidade do poder público. “O município, obviamente, ou não tem condições ou não pode ou não quer. Se o município fosse executar o trabalho que as entidades fazem, o custo seria de quatro a cinco vezes maior”, explica.

Empresas se afastam
A impressão que Siriacov tem, e que faz parte de um sentimento comum das instituições que prestam o serviço, é de que muitas empresas situadas em Canoas deixam de fazer essa contribuição por não verem retorno. “Se eles tiverem filial ou matriz em outro município, eles preferem fazer em outro município, em função de que aqui o retorno é muito pequeno”, afirma.
O problema não é de hoje. “Nós já ouvimos de algumas empresas: ‘No fundo municipal de Canoas não, porque há uma demora no repasse dos recursos’. Isso é histórico. Isso não é de hoje. Nossa luta para que esse fluxo se modifique já vem de algum tempo e cai no descrédito”, destaca Luisa.
Para a representante da Parceiros Voluntários de Canoas, Jeane Kich, o poder público não está passando o dinheiro que já está reservado para o fim e só pode ser usado para ele. “O que mais nos deixa indignadas é que o recurso está lá na conta do fundo. É a morosidade do poder público que não está repassando. O dinheiro está lá. As empresas depositaram, as pessoas depositaram, não pode ser usado para outro fim e fica lá na conta enquanto as instituições não podem fazer o seu trabalho” afirma.

Três mil sem atendimento
O prejuízo, segundo Kich, é dos que perdem a oportunidade. “Eu acho que o pior prejuízo são as mais de três mil crianças e adolescentes que deixam de ser atendidas e deixam de ter projetos, de estarem participando, de estarem melhorando sua qualidade de vida, de estarem aprendendo, de estarem inseridos na sociedade. Essas instituições trabalham com os setores mais vulneráveis. São instituições de bairros que trabalham nas suas comunidades, conhecem o seu público, as suas deficiências, e essas crianças e adolescentes estão desassistidas”, destaca. O número de atendidos poderia ser maior. “Poderia ser muito maior se houvesse investimento. Com certeza ficam muitas crianças e adolescentes de fora”, complementa Luisa.

Falta do recurso
O edital foi aprovado em julho do ano passado, completando agora mais de 14 meses que já passaram pelo processo de ter os seus projetos aprovados pelo conselho municipal de direitos das crianças e dos adolescentes e contemplados dentro desse edital. O repasse deveria ser imediato. Isso, para a coordenadora, é o que impossibilita a execução dos projetos. “Um ano depois, tudo aquilo que está avaliado já sofreu alteração de preço. Então isso já compromete o próprio projeto em si”, informa Luisa. Em função do atraso, todos os projetos serão perdidos. “Pelo que nós estamos analisando, todos os projetos terão de ser refeitos”, argumenta Luisa.

Criminosos em potencial
Para Luisa Camargo, crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, em situação de risco, são criminosos em potencial. “Ele é sim um criminoso em potencial. Ele é sim um adulto que vai crescer na marginalidade e que vai cometer crimes sim, se o Estado não cumprir o seu papel, que é fazer ações preventivas, que é investir, de fato, no atendimento para que essa criança não fique o dia todo sem atividades, que ele não encontre prazer em outras coisas como na droga, na prostituição, que ele não acabe sendo produto fácil de aliciamento por venda de drogas. Então esse é o nosso compromisso social. Trabalhar em prol da ação preventiva que é o que as entidades fazem”, argumenta.
Ela acredita no investimento prévio como forma de evitar futuros criminosos. “Ou nós investimos nessa liderança juvenil ou vai haver quem faça. Se nós não cuidarmos das nossas crianças e adolescentes para que elas trilhem um caminho do desenvolvimento saudável, sadio, vai ter quem cuide desse desenvolvimento e canalize esse potencial para outras coisas que não são aquilo que deveriam ser que é a questão do tráfico, da prostituição infantil”, argumenta a líder que é contrária à redução da maioridade penal no país. “O que resolve o problema não é isso. É investir em ações efetivas quando essa criança ainda consegue vislumbrar possibilidades positivas no seu futuro”, enfatiza.

Rede de atendimento
Para Marcia Souza, representante da Associação Assistencial Beneficente Niterói (ASSABENI) e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA), grande parte da rede que ampara os casos encaminhados pelos conselheiros tutelares é composto pelas instituições. “A maior parte da rede de atendimento é composta pelas entidades que trabalham com esse foco. Não pelo Executivo. Não como uma política pública. Então mais fortemente se precisa resolver essa questão do repasse do fundo, até porque, se nós pensamos em ampliar o Conselho Tutelar na sua atuação, ele tem que ter para onde mandar”, explica.
A representante do Instituto Pestalozzi acredita que a rede é a base da assistência. “A rede tem que estar constituída e funcionar para que seja a retaguarda desse conselheiro que vai pegar um menino, uma menina em situação de risco e que a família não tem como atender ela com dignidade”, conclui. O representante do Chimarrão da Amizade salienta que as entidades fazem um trabalho maior. “Vão também de encontro às famílias. Para que as famílias tenham sua autoestima retoma para que elas possam voltar a cuidar desse jovem. Não basta você pura e simplesmente tirar o jovem se ele tem uma família dilacerada”, explica.

Ocupação no Porto Belo
No episódio ocorrido no loteamento Porto Belo, no bairro Harmonia, na última semana, que contou com casas e até um ônibus incendiado (ver matéria na página 11), entidades que poderiam estar atuando, não estavam por falta de recursos. “Em várias instituições na proximidade que poderiam estar atendendo sim esse público infantil ali porque, realmente, tem muita criança”, afirma Marcia.
Para Luisa, o município é negligente quando não atua nestes casos. “Crianças em situação de violência, de abusos, de negligência, de trabalho infantil, que o Estado precisa dar conta. Precisa poder ver a situação dessa criança e encaminhar a solução. Muitas crianças morrem fisicamente, mas muitas outras morrem psicologicamente, socialmente, por abandono nosso. Não repassar recursos, não dar conta de atender a demanda da entidade que assume compromissos na comunidade é uma forma sim de negligência. O Estado também é negligente quando fecha os olhos, cruza os braços e diz: nossos processos são burocráticos. A gente precisa aprender a fazer processos não burocráticos quando ele demanda da vida do outro, principalmente de crianças e adolescentes”, enfatiza.

O que diz a Prefeitura

 A Prefeitura Municipal de Canoas informou que o Fundo, constituído em 2008, com um montante de R$ 240 mil, será liberado a partir de 24 de setembro. “Atualmente, temos 14 projetos apresentados, 9 já foram conveniados e 5 estão pendentes de regularização”.

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Sorteio do Minha Casa, Minha Vida contempla 250 famílias. Confira lista.

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Foto: Jhennifer Wolleng

Com transmissão ao vivo pela internet, a Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, realizou nesta quarta-feira (16) o sorteio do programa Minha Casa, Minha Vida. No auditório Sady Schivitz, na sede da Prefeitura, foram contempladas 250 famílias, que irão morar nos Residenciais Pistoia e Santa Fé, no bairro Rio Branco. Também foram sorteados os candidatos suplentes.

Os dois complexos habitacionais estão em fase de construção, com previsão de entrega dos imóveis para setembro deste ano. Antes de ocupar o imóvel em definitivo, os contemplados passarão pelo processo de análise documental na Caixa Econômica Federal e pelo trabalho técnico-social da Prefeitura, que promove um processo de adaptação das famílias à nova moradia.

Confira aqui a lista dos sorteados

Ao todo, os Residenciais Pistoia e Santa Fé oferecem 500 unidades habitacionais. A outra metade das famílias que irá morar no local será reassentada, já que ocupavam anteriormente invasões que foram alvo de reintegração de posse pelo município.

Nesta quarta-feira, participaram do sorteio os cidadãos que realizaram o recadastramento. Enquadram-se nos critérios nacionais famílias residentes em áreas de risco, insalubres ou que tenham sido desabrigadas, comprovado por declaração do ente público; famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar, comprovado por autodeclaração; e famílias das quais faça(m) parte pessoa(s) com deficiência, comprovado com a apresentação de atestado médico.

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Assembleia de Deus comemora 80 anos de fundação em Canoas

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A igreja Assembleia de Deus, de Canoas, comemora uma marco importante na cidade. O Jubileu de Carvalho da entidade ocorre nesta sexta-feira, 18 de agosto, e terá programação intensa de comemorações. O pastor Edegar Machado, líder da igreja no município há mais de 30 anos, recebeu a reportagem de O Timoneiro para falar acerca da programação das celebrações e sobre a atuação na cidade.

Tamanho

A importância da Assembleia de Deus, de Canoas, é contada também em números. A instituição, de acordo com Edegar, abrange atualmente 16 mil membros e conta com 88 igrejas na cidade. “A igreja se expandiu através do trabalho missionário e atua em diversos ponto do mundo”, conta Edegar.

Visão Social

O pastor destaca a visão social da instituição: “Não temos somente o trabalho espiritual, mas cuidamos do lado social. Eu considero isso como a outra mão da igreja. Nós temos o lado humano, que é alcançar as pessoas em suas necessidades”, comenta. O trabalho realizado abrange especialmente o cuidado de crianças. Edegar ainda citou projetos como escolas artesanais, que ajudam no desenvolvimento de trabalhos comunitários, além de postos de distribuição de sopa vinculados à Associação Beneficente Lar Esperança de Canoas , onde são atendidas cerca de mil crianças por semana.

Programação

A igreja promove cultos de celebração na sexta-feira, 19, até domingo, 20, no templo central da Assembleia de Deus, no bairro Mathias Velho. No domingo, a partir das 9 horas, ocorre concentração na praça Antonio Beló, na Rua Dr. Barcelos, onde será inaugurado um monumento em homenagem aos 80 anos da igreja. Após, são esperadas quatro mil pessoas para uma caminhada até o templo central da instituição, onde ocorrerá culto de graças.

História

Por determinação do pastorado da Igreja em Porto Alegre, o evangelista Amaro dos Santos foi designado, em 1937, para cuidar do trabalho da instituição em Canoas. Os primeiros cultos ocorreram no bairro Niterói. Ficou marcado na história da igreja um grande culto, realizado junto a uma figueira localizada nas proximidades da casa de André Lemos, em 18 de agosto de 1937. O local permanece com a figueira até hoje e, por conta disso, foi escolhido como local para a homenagem aos 80 anos da instituição.

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Canoense tem 94 anos de futebol, mídia, direção e simplicidade

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Marcelo Grisa

Hélio Ferreira da Silva nasceu em 1º de outubro de 1923. Filho de empregados na fazenda do estancieiro Victor Barreto, o motorista aposentado viu a história do século XX como poucos canoenses puderam. Hélio hoje mora com os sobrinhos Júlio Ragazzon e Raquel Araújo. E esta é sua história.

O futebol e a guerra

No começo de 1932, Hélio observava o nascimento do Sport Club Oriente, um dos mais tradicionais de Canoas. Alguns anos depois, jogou no time e virou craque. Como atacante central, marcava muitos gols.

A incipiente trajetória de Hélio Ferreira no futebol incluiu passagens pelo Canoense e até mesmo no Grêmio. Entretanto, uma grave lesão o afastou em definitivo dos gramados. Uma “pisada” deixou como lembrança um esmagamento logo acima do joelho. “Eu até poderia jogar, mas nunca mais fui. Deu muito medo”, explica.
“Às vezes eu ainda sonho com as mulheres da arquibancada me chamando. Parece que me vejo jogando de novo”, admite. Mas a vida ainda tinha reservado muito mais para o canoense de fala fácil e sorriso alegre.

Nesta época, o canoense já estava na Aeronáutica. Começava a Segunda Guerra Mundial, e todos no quartel ficavam de prontidão, recebendo apenas um dia de folga por semana. “Eu ficava em casa de farda. Se a sirene tocasse, tínhamos meia hora para nos apresentar”, lembra.

Hélio Ferreira da Silva, entretanto, nunca veria os fronts da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália. Há poucos dias de ser embarcado para o campo de batalha, chegava o mês setembro de 1945. A guerra acaba.

Hélio “Caldas” e Ernesto Geisel

Mesmo antes, durante e depois da guerra, a vivência nas Forças Armadas proporcionou o que seria uma de suas maiores paixões: os carros. Depois de sete anos, saiu da Aeronáutica e tornou-se motorista particular. Acabou por trabalhar 40 anos de sua vida para a Companhia Jornalística Caldas Júnior, dona do jornal Correio do Povo, como motorista da família de Breno Caldas. Por muito tempo, sua família morou na propriedade da família Caldas no bairro Belém Novo, em Porto Alegre.

Recentemente, Hélio visitou os netos de Breno, que o chamaram de “Hélio Caldas”, tamanha fora sua contribuição para a família.
Mas as mais histórias das quais Hélio mais se lembra são aquelas que envolviam os governos da ditadura militar. Primeiro, quando o golpe era dado, em 1º de abril de 1964, Breno Caldas pediu ao motorista que buscasse suas filhas na Rua Coronel Bordini, no bairro Auxiliadora, e as trouxesse ao Belém Novo. Recebeu uma arma, e deveria impedir, depois de todos em casa, que qualquer um entrasse na propriedade. Tendo que lidar com militares às portas do terreno, Hélio deixou-os entrar, mas cuidou cada movimento deles. Depois de uma medição no terreno – o que acontecia no local com frequência – eles foram embora sem maiores percalços.

Em outra oportunidade, em razão do aniversário de Breno Caldas, o presidente Ernesto Geisel, também gaúcho, veio até a fazenda para parabenizá-lo. Hélio teve que esconder um papagaio, que era ilegal, da vista do mandatário. Como um dos genros do patrão acabou por entregar a existência da ave, Geisel exigiu vê-la.
O que se sucedeu, entretanto, tranquilizou a todos. Ao ver o papagaio, que havia sido ensinado a falar muitos palavrões, o presidente desatou-se a rir mesmo sendo xingado pelo bicho.

Cuidado com o caminhão

Ao aposentar-se, Breno Caldas queria que Hélio continuasse trabalhando para ele, mesmo que não mais tendo carteira assinada por sua companhia. Não era bem sua ideia: eram os anos finais da Caldas Júnior antes de sua venda, e o motorista tinha o sonho de ter um caminhão e trabalhar com entregas.

Acabou recebendo a chave de um veículo à sua escolha entre 18 que estavam na garagem da propriedade, escondidos dos credores. “Breno puxou um bolo de chaves do bolso e disse: ‘Escolhe uma. Pode pegar.’ Mais tarde fui lá e escolhi um caminhão.”

Graças à rápida passagem da titularidade dos documentos, Hélio pode ficar com o veículo até poucos anos atrás, quando parou de dirigir. “Não quero me gabar, mas nunca causei nenhum acidente. Com a idade, preferi pedir para o Júlio aqui me levar nos lugares. Não é agora que eu vou ter um solavanco e acabar machucando alguém”, preocupa-se.

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