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Cerca de 200 ocupam área no Porto Belo

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Parte dos cidadãos que ocupam terreno no Porto Belo protestaram em frente a Prefeitura na quinta-feira, 10.

Parte dos cidadãos que ocupam terreno no Porto Belo protestaram em frente a Prefeitura na quinta-feira, 10. Foto: Bruno Lara/OT

Mateus Pereira da Silva, 34 anos, auxiliar de produção, é um dos coordenadores da ocupação no loteamento Porto Belo. Atualmente desempregado, o marido e pai de dois filhos argumenta que assim como outros da ocupação, não tem como alugar e, muito menos, pagar uma casa para morar com sua família.
A investida ocorreu no domingo, 6. “Nós sentamos, conversamos e decidimos ocupar essa área por que há um ano atrás já foi ocupada e o Sr. Prefeito, Jairo Jorge, prometeu assentar essas pessoas nos apartamentos. Só que prometeu que o pessoal não teria o valor alto que é pago hoje, que era em torno de R$ 400,00 o valor”, justifica Mateus.
Segundo ele, naquele pedaço de terra, estão acomodadas famílias inteiras. “Mulheres, crianças. Pessoas desempregadas que moravam de favor. Não tem onde morar. Nós somos naturais da região. Ali da volta. Da invasão”, afirma. “Hoje, na verdade, tem pessoas que estão desempregadas e estão com luz e água cortadas nos apartamentos. Até tráfico de drogas está acontecendo dentro dos condomínios que o Jairo Jorge reassentou as famílias”, acusa.

Reintegração de posse
Para o auxiliar de produção, anteriormente a área era utilizada para depósito de “lixo, resto de lixo, desovar até cachorro morto e escombros”. Em entrevista, afirmou que “a Prefeitura fez a desocupação (no ano passado) e abandonou a área. Tinham pessoas até roubando, assaltando e se escondendo no meio dos escombros usando drogas. Então decidimos ocupar aquela área”, aponta.
A Prefeitura entrou com um pedido de reintegração de posse na Justiça.

Mateus Silva visitou a redação de O Timoneiro para expor o sentimento dos mais de 200 que ocupam terreno público no bairro Harmonia. Foto: Bruno Lara/OT

Mateus Silva visitou a redação de O Timoneiro para expor o sentimento dos mais de 200 que ocupam terreno público no bairro Harmonia. Foto: Bruno Lara/OT

“Pretendemos ficar, passivamente, sem tumulto”, aponta o líder.

Divisão de terras
As terras foram divididas em lotes, demarcados com estacas, linhas e apontando o território com placas. “Nós dividimos o terreno. Foi demarcado, cada um pegou um pedaço, em torno de 10m de largura por 15m de comprimento. Onde tinham as ruas foram deixadas as mesmas ruas e onde tinham becos, aumentamos e deixamos com 3m para passar carros e, se adoecer alguém, entrar uma ambulância até o fim. Ali nós queremos dar continuidade a nossa vida. Construir, criar nossos filhos”, explica.

Prefeito traidor?
Sobre a atitude do Prefeito Jairo Jorge (PT), de solicitar a reintegração de posse, os moradores não gostaram nada. “É uma sacanagem. Tem famílias dentro dos apartamentos que estão passando fome. Que estão com luz e água cortadas. As dívidas estão atrasadas, que é o dinheiro que ele cobrou. Por que foi para favorecer o governo federal que ele fez isso. Isso é um absurdo o que ele fez”, critica.
Mateus assegura que a grande maioria, se não todos, são eleitores de Jairo. “Não tenho vergonha de dizer, eu ajudei a colocar ele lá, no poder. Ele é um baita de um traíra. Traidor. Traiu as famílias. Isso aí não se faz”, confirmou.
Segundo Mateus, o deputado estadual Nelsinho Metalúrgico também tem culpa pela situação em que se encontram. “o Nelsinho Metalúrgico ajudou, apoiou, tanto é que entrou. Iludiu as pessoas lá para levá-las para os apartamentos que hoje está virado num inferno. Até tráfico de drogas tem lá. Prostituição de mulheres. Roubos”, denuncia.

Manifestantes pedem por moradia em frente a Prefeitura. Foto: Bruno Lara/OT

Manifestantes pedem por moradia em frente a Prefeitura. Foto: Bruno Lara/OT

A Solução
Em nome dos mais de 200 presentes no terreno, Mateus afirma que qualquer terra doada pela Prefeitura para que eles possam construir uma residência solucionaria o problema. “A princípio, ocupamos aquela área porque não temos condições de pagar um aluguel. São pessoas desempregadas. Tem pessoas ali que comem com o Bolsa Família. Que não tem renda nenhuma, não tem de onde tirar. Trabalham, muitas vezes, com reciclagem, catando na rua. Eu mesmo estou desempregado e não tenho para onde ir”, conclui.

O que diz a Prefeitura
A Prefeitura de Canoas classificou a atitude como “ocupações irregulares em áreas públicas” e afirmou que não reconhece a ação. “não são reconhecidas pela Prefeitura de Canoas, enquanto forma legítima de reivindicação de acesso à moradia”, informou em nota. Informou que já solicitou reintegração de posse e que a área “objeto de revitalização”. Sobre as denúncias feitas pelos ocupantes, por se tratar de um problema de segurança pública, afirmou que “encaminha aos órgãos de segurança pública todas as denúncias que toma conhecimento. Além disso, promove reuniões com agentes de segurança e judiciário para reforçar a necessidade de agir e de se recuperar a ordem nos condomínios”.

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Sorteio do Minha Casa, Minha Vida contempla 250 famílias. Confira lista.

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Foto: Jhennifer Wolleng

Com transmissão ao vivo pela internet, a Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, realizou nesta quarta-feira (16) o sorteio do programa Minha Casa, Minha Vida. No auditório Sady Schivitz, na sede da Prefeitura, foram contempladas 250 famílias, que irão morar nos Residenciais Pistoia e Santa Fé, no bairro Rio Branco. Também foram sorteados os candidatos suplentes.

Os dois complexos habitacionais estão em fase de construção, com previsão de entrega dos imóveis para setembro deste ano. Antes de ocupar o imóvel em definitivo, os contemplados passarão pelo processo de análise documental na Caixa Econômica Federal e pelo trabalho técnico-social da Prefeitura, que promove um processo de adaptação das famílias à nova moradia.

Confira aqui a lista dos sorteados

Ao todo, os Residenciais Pistoia e Santa Fé oferecem 500 unidades habitacionais. A outra metade das famílias que irá morar no local será reassentada, já que ocupavam anteriormente invasões que foram alvo de reintegração de posse pelo município.

Nesta quarta-feira, participaram do sorteio os cidadãos que realizaram o recadastramento. Enquadram-se nos critérios nacionais famílias residentes em áreas de risco, insalubres ou que tenham sido desabrigadas, comprovado por declaração do ente público; famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar, comprovado por autodeclaração; e famílias das quais faça(m) parte pessoa(s) com deficiência, comprovado com a apresentação de atestado médico.

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Assembleia de Deus comemora 80 anos de fundação em Canoas

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A igreja Assembleia de Deus, de Canoas, comemora uma marco importante na cidade. O Jubileu de Carvalho da entidade ocorre nesta sexta-feira, 18 de agosto, e terá programação intensa de comemorações. O pastor Edegar Machado, líder da igreja no município há mais de 30 anos, recebeu a reportagem de O Timoneiro para falar acerca da programação das celebrações e sobre a atuação na cidade.

Tamanho

A importância da Assembleia de Deus, de Canoas, é contada também em números. A instituição, de acordo com Edegar, abrange atualmente 16 mil membros e conta com 88 igrejas na cidade. “A igreja se expandiu através do trabalho missionário e atua em diversos ponto do mundo”, conta Edegar.

Visão Social

O pastor destaca a visão social da instituição: “Não temos somente o trabalho espiritual, mas cuidamos do lado social. Eu considero isso como a outra mão da igreja. Nós temos o lado humano, que é alcançar as pessoas em suas necessidades”, comenta. O trabalho realizado abrange especialmente o cuidado de crianças. Edegar ainda citou projetos como escolas artesanais, que ajudam no desenvolvimento de trabalhos comunitários, além de postos de distribuição de sopa vinculados à Associação Beneficente Lar Esperança de Canoas , onde são atendidas cerca de mil crianças por semana.

Programação

A igreja promove cultos de celebração na sexta-feira, 19, até domingo, 20, no templo central da Assembleia de Deus, no bairro Mathias Velho. No domingo, a partir das 9 horas, ocorre concentração na praça Antonio Beló, na Rua Dr. Barcelos, onde será inaugurado um monumento em homenagem aos 80 anos da igreja. Após, são esperadas quatro mil pessoas para uma caminhada até o templo central da instituição, onde ocorrerá culto de graças.

História

Por determinação do pastorado da Igreja em Porto Alegre, o evangelista Amaro dos Santos foi designado, em 1937, para cuidar do trabalho da instituição em Canoas. Os primeiros cultos ocorreram no bairro Niterói. Ficou marcado na história da igreja um grande culto, realizado junto a uma figueira localizada nas proximidades da casa de André Lemos, em 18 de agosto de 1937. O local permanece com a figueira até hoje e, por conta disso, foi escolhido como local para a homenagem aos 80 anos da instituição.

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Canoense tem 94 anos de futebol, mídia, direção e simplicidade

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Marcelo Grisa

Hélio Ferreira da Silva nasceu em 1º de outubro de 1923. Filho de empregados na fazenda do estancieiro Victor Barreto, o motorista aposentado viu a história do século XX como poucos canoenses puderam. Hélio hoje mora com os sobrinhos Júlio Ragazzon e Raquel Araújo. E esta é sua história.

O futebol e a guerra

No começo de 1932, Hélio observava o nascimento do Sport Club Oriente, um dos mais tradicionais de Canoas. Alguns anos depois, jogou no time e virou craque. Como atacante central, marcava muitos gols.

A incipiente trajetória de Hélio Ferreira no futebol incluiu passagens pelo Canoense e até mesmo no Grêmio. Entretanto, uma grave lesão o afastou em definitivo dos gramados. Uma “pisada” deixou como lembrança um esmagamento logo acima do joelho. “Eu até poderia jogar, mas nunca mais fui. Deu muito medo”, explica.
“Às vezes eu ainda sonho com as mulheres da arquibancada me chamando. Parece que me vejo jogando de novo”, admite. Mas a vida ainda tinha reservado muito mais para o canoense de fala fácil e sorriso alegre.

Nesta época, o canoense já estava na Aeronáutica. Começava a Segunda Guerra Mundial, e todos no quartel ficavam de prontidão, recebendo apenas um dia de folga por semana. “Eu ficava em casa de farda. Se a sirene tocasse, tínhamos meia hora para nos apresentar”, lembra.

Hélio Ferreira da Silva, entretanto, nunca veria os fronts da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália. Há poucos dias de ser embarcado para o campo de batalha, chegava o mês setembro de 1945. A guerra acaba.

Hélio “Caldas” e Ernesto Geisel

Mesmo antes, durante e depois da guerra, a vivência nas Forças Armadas proporcionou o que seria uma de suas maiores paixões: os carros. Depois de sete anos, saiu da Aeronáutica e tornou-se motorista particular. Acabou por trabalhar 40 anos de sua vida para a Companhia Jornalística Caldas Júnior, dona do jornal Correio do Povo, como motorista da família de Breno Caldas. Por muito tempo, sua família morou na propriedade da família Caldas no bairro Belém Novo, em Porto Alegre.

Recentemente, Hélio visitou os netos de Breno, que o chamaram de “Hélio Caldas”, tamanha fora sua contribuição para a família.
Mas as mais histórias das quais Hélio mais se lembra são aquelas que envolviam os governos da ditadura militar. Primeiro, quando o golpe era dado, em 1º de abril de 1964, Breno Caldas pediu ao motorista que buscasse suas filhas na Rua Coronel Bordini, no bairro Auxiliadora, e as trouxesse ao Belém Novo. Recebeu uma arma, e deveria impedir, depois de todos em casa, que qualquer um entrasse na propriedade. Tendo que lidar com militares às portas do terreno, Hélio deixou-os entrar, mas cuidou cada movimento deles. Depois de uma medição no terreno – o que acontecia no local com frequência – eles foram embora sem maiores percalços.

Em outra oportunidade, em razão do aniversário de Breno Caldas, o presidente Ernesto Geisel, também gaúcho, veio até a fazenda para parabenizá-lo. Hélio teve que esconder um papagaio, que era ilegal, da vista do mandatário. Como um dos genros do patrão acabou por entregar a existência da ave, Geisel exigiu vê-la.
O que se sucedeu, entretanto, tranquilizou a todos. Ao ver o papagaio, que havia sido ensinado a falar muitos palavrões, o presidente desatou-se a rir mesmo sendo xingado pelo bicho.

Cuidado com o caminhão

Ao aposentar-se, Breno Caldas queria que Hélio continuasse trabalhando para ele, mesmo que não mais tendo carteira assinada por sua companhia. Não era bem sua ideia: eram os anos finais da Caldas Júnior antes de sua venda, e o motorista tinha o sonho de ter um caminhão e trabalhar com entregas.

Acabou recebendo a chave de um veículo à sua escolha entre 18 que estavam na garagem da propriedade, escondidos dos credores. “Breno puxou um bolo de chaves do bolso e disse: ‘Escolhe uma. Pode pegar.’ Mais tarde fui lá e escolhi um caminhão.”

Graças à rápida passagem da titularidade dos documentos, Hélio pode ficar com o veículo até poucos anos atrás, quando parou de dirigir. “Não quero me gabar, mas nunca causei nenhum acidente. Com a idade, preferi pedir para o Júlio aqui me levar nos lugares. Não é agora que eu vou ter um solavanco e acabar machucando alguém”, preocupa-se.

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