Timoneiro

Simers denuncia precariedade nas Unidades Básicas de Saúde

Banheiro para pacientes visitado por sindicato.Foto: Simers

Banheiro para pacientes visitado por sindicato.Foto: Simers

A matéria publicada em O Timoneiro da semana passada alertou a sociedade para um problema que há muito os moradores do bairro Igara enfrentam. O Sindicato Médico do Rio Grande Sul (Simers) visitou o local dando continuidade a uma série de vistoria nas unidades de saúde da Grande Porto Alegre na quinta-feira, 27, mesmo dia em que uma equipe de reportagem de OT, mais cedo, esteve por lá. “Não foi difícil constatar que a instalação elétrica da unidade carecia de manutenção. Assim, como toda a infraestrutura”, diagnosticou o sindicato em seu portal na internet.
Segundo matéria publicada na segunda-feira pelo próprio Simers, dentro da UBS, era difícil até de caminhar, devido aos buracos no assoalho, disfarçados por piso vinílico nas áreas de atendimento ao público. A cozinha utilizada pelos funcionários, no entanto, foi motivo de maior preocupação. “O estrago é aparente: o parquet já foi consumido pelos cupins. No teto, a situação não é melhor: bolhas e manchas deixam às claras as infiltrações. As tubulações elétricas e até de água são externas. Este foi o relato dos que viram as instalações por dentro e por fora.
O diretor do Simers, André Gonzáles, expressou sua preocupação com a situação da UBS, sugerindo que a mesma, talvez, precise ser implodida. “Não sei se este posto tem solução ou precisa ser implodido e reconstruído”, lamentou

Roubos e violência na UBS Caic
Uma das piores já visitadas pela equipe do sindicato, essa não foi a única com problemas na infra estrutura flagrada pela entidade. Na mesma quinta feira, constataram que a UBS Caic, que atende o bairro Guajuviras, “uma mesa de atendimento caiu sobre uma paciente idosa. Por pouco, ela não se feriu. Além disso, o teto nos consultórios está tomado por manchas de mofo”, destaca o texto.
Segundo o órgão, os profissionais que atendem na unidade relataram a falta de chaves para os gaveteiros, situação que permite recorrentemente “o furto de blocos de receituários azuis, para medicamentos controlados”. E continua. “A violência no posto, em região de vulnerabilidade social, não se resume a assaltos: a coordenadora da unidade já foi agredida fisicamente e as ameaças são constantes. Na mesma semana, havia sido registrado um boletim de ocorrência”, relata.

UBS Mathias Velho
Não é uma situação isolada na Grande Porto Alegre, mas a UBS Mathias Velho encontra-se em precariedade estrutural, segundo flagrou a entidade. Além de ter salas separadas por finas divisórias, que não garantem a circulação de ar, muito menos privacidade nas consultas, falta também, local para descarte adequado de material contaminado e itens básicos de higiene. “Sérias deficiências de infraestrutura, que vão das instalações elétricas à acessibilidade. Só há um banheiro e não tem acesso a deficientes. Falta muita coisa”, observou Gonzáles. O SIMERS notificou a Vigilância Sanitária do Estado sobre as condições insalubres flagradas ali.

UBS São Vicente
A exemplo da Mathias Velho, a UBS São Vicente também apresenta problemas na acessibilidade, segundo constatação do sindicato. Os banheiros, no entanto, surpreendem. o que mais impressionou foi a situação do banheiro destinado aos pacientes, que é, na verdade, um depósito de entulhos. Diversas unidades registram uma situação curiosa: receberam equipamentos como condicionadores de ar e computadores, mas não há tomadas para que sejam ligados.

O que diz a Prefeitura
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por nota, informou à reportagem que “está ciente das deficiências estruturais nas Unidades Básicas de Saúde”.
“Em relação aos problemas estruturais da UBS CAIC, a SMS ressalta que está no aguardo da conclusão da Concorrência Pública 40/15 (reforma de edificações), concluída há poucos dias, para que possa executar algumas reformas que exigem um maior investimento, e que vão além de pequenos reparos.
“Quanto à UBS São Vicente, está em construção a nova Unidade Básica São Vicente, já com 53% da obra executada.
“Para a UBS Mathias Velho, a SMS aguarda também a concorrência pública 40/15 para estudar possíveis ajustes estruturais.
“No que se refere aos aparelhos de ar condicionado e computadores, declaramos que algumas Unidades necessitam ajustes na rede elétrica para suportar essas instalações, para tanto a SMS está adquirindo material (fio e tomadas) para finalização do serviço.”
Sobre os problemas de segurança, disse que a violência é um problema mais amplo e geral e não específico de uma área, mas que “faz frequentes contatos com a Secretaria de Segurança Pública e Cidadania, que realiza constantes rondas, por meio da Guarda Municipal, no entorno das UBS mais suscetíveis e vulneráveis”.

Os cupins dominaram a UBS Igara. Foto: SIMERS

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