Desde 2004, o hoje deputado federal Capitão Augusto (PR) começou a idealizar uma nova forma de representação. Porém, a sigla originada na cidade de Ourinhos, no interior de São Paulo, só foi registrar o estatuto para seguir em busca de assinaturas em 2011. Visitou a redação de O Timoneiro o presidente estadual e municipal do Partido Militar Brasileiro (PMB), Ronaldo Nascimento, 56 anos, presidente estadual e municipal do partido ainda em caráter provisório. O capitão da reserva explicou os objetivos de mais uma agremiação no país. “Os militares são um seguimento da sociedade como qualquer outro que também querem se representar politicamente”, enfatizou.
Composta por militares e civis, a militância busca assinaturas para a consolidação da estrutura, se possível, até o pleito de 2016. Nascimento garante que a meta está próxima. “Nós já temos 320 mil assinaturas” das 486 mil necessárias, correspondente a meio por cento dos votos válidos das últimas eleições proporcionais.
Com diretório em 37 municípios do Rio Grande do Sul, inclusive em Canoas, o estado soma-se a São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Maranhão, Acre e Roraima que já realizaram convenção, com mais de 101 pessoas, necessários para a formação, como garante Ronaldo. “O Rio Grande do Sul foi um dos últimos estados a recolher assinatura”, lamenta informando que ainda não atingiu a meta. Andréa França Coelho Rosa é a presidente nacional do partido provisório.
Motivos
Criar uma nova alternativa, com ênfase no respeito, no patriotismo e na moralidade é o que garante o presidente. “Não foi idealizado para defender os militar, mas para defender o direitos dos brasileiros. Não vamos aqui fazer um partido de sindicato. O principal diferencial é realmente é tratar a coisa pública com o devido respeito. Trazer mais – não vou dizer mais, pois não temos nenhuma – trazer honestidade para a administração pública. Trazer o respeito, o patriotismo, que nós militares temos muito. E o patriotismo não deveria ser peculiaridade de militar, mas algo inerente a todo brasileiro. Nós queremos trazer esses valores que nós cultuamos durante toda nossa vida”, salienta criticando a atual gestão. “Ser honesto parece um absurdo na administração hoje.
Os militares
Questionado sobre os diversos pedidos de extinção da Brigada Militar, por parte da extrema esquerda, Ronald acredita que a situação é confortável. “Os militares brasileiros estão em uma posição muito confortável. Se você pegar as últimas pesquisas de credibilidade das instituições, vai ver que as forças armadas estão com 73% na última pesquisa do Ibope. Na Fundação Getúlio Vargas estava com 68%. Então os militares estão muito bem perante a população brasileira. O povo brasileiro confia muito nos militares”, afiança.
Nem os militares querem ditadura
Questionado sobre uma possível ditadura, defendeu que após Getúlio Vargas, os militares foram eleitos pelo Congresso. “Algumas pessoas estão cansadas e querem, realmente, dar um basta nisso. Eu entendo que eles não queiram ditadura. Nem os militares querem ditadura. E outra coisa, no meu modo de ver, o Brasil nunca teve ditadura. O Brasil teve ditadura lá na Era Vargas (Getúlio). O Governo Militar foi instituído pelo Congresso Nacional. O Castelo Branco (ex-presidente) assumiu em abril. O presidente do Congresso exerceu a presidência até a eleição do Castelo Branco, inclusive com voto do Ulysses Guimarães (líder da oposição à ditadura, morto em acidente aéreo de helicóptero no Rio de Janeiro)”.
Estamos hoje vivendo uma ditadura
Defendeu que Jango deixou o governo. “Então são essas coisas que hoje não contam por conveniência, mas não houve golpe militar. Não houve um tiro naquela passagem. Houve uma vacância na presidência. O João Goulart (Jango) se mandou do Brasil, o presidente de Câmara (dos Deputados) assume em eleições indiretas e o Congresso Nacional elegeu Castelo Branco. Mas eu não vejo nenhuma perspectiva de ditadura militar no Brasil. Nunca houve e acho que não vai ter. O que eu entendo é que nós estamos hoje vivendo uma ditadura. Hoje a gente vive em uma ditadura e, se a sociedade brasileira não tomar cuidado, isso aqui vai virar uma Cuba, uma Venezuela. Nós estamos caminhando nesse sentido.
Oposição
Segundo o presidente, a legenda nasce como oposição por vocação. “Eles são de esquerda (governo do PT), nós somos de direita (PMB). Somos oposição a começar pela ideologia. Assumidamente de direita. Demonizaram a direita no Brasil. Parece que ser de direita, ser conservador, aqui no Brasil, é algo demoníaco”, criticou afirmando que a diferença entre as ideologias é que “a direita da a vara para pescar. A direita dá o peixe”.
Propostas
Segurança pública é o norte. “Hoje nós precisamos da segurança. A população está insegura. E é, também, algo que nós temos vocação”. A educação também preocupa. “tem que retornar a níveis de excelência. Nós já tivemos uma boa educação pública no Brasil. Hoje nós não temos. Ela é toda direcionada a um objetivo ideológico. A educação é de péssima qualidade. Valorização dos professores é importantíssimo. Começando pela valorização dos nossos professores, resgatando a autoridade do professor, isso é importante. Resgatar a autoridade dos pai. Os pais perderam a autoridade sobre os filhos hoje. O Estado está querendo educar os filhos. Isto está errado”, conclui.
Resgatar a autoridade, de um modo geral, começando pela polícia é um dos objetivos. “Temos que respeitar a polícia. Temos que respeitar o trabalho da polícia, valorizar o trabalho da polícia. Não pegar um desvio de conduta isolado como se aquilo fosse da própria instituição. É educação, segurança e a saúde. Hoje não tem nem o que dizer da nossa saúde porque não temos nem saúde ruim, ela nem existe. Então esses são nossos três principais focos”, finaliza. Citou a redução da maioridade penal e propostas para a categoria militar como ações efetivas.