Timoneiro

Coral de Canoas completa 50 anos de história, canto e alegrias

O cocan apresenta-se todo fim de ano na Noite das Canções, que organiza há 45 anos. Foto: Divulgação.

O cocan apresenta-se todo fim de ano na Noite das Canções, que organiza há 45 anos. Foto: Divulgação.

Marcelo Griza

Em 13 de agosto de 2015, o Coral de Canoas (Cocan) completa 50 anos de atividade. Sua história é importante para a cidade pelo legado deixado para as décadas seguintes à de 1960. O Timoneiro, que completa o cinquentenário em 2016, estava também em seu começo de caminhada, e noticiava algumas das primeiras apresentações do grupo. Hoje, os ensaios ainda acontecem na sede da Associação dos Servidores Municipais de Canoas, a ASMC, e o Coral apresenta-se em jantares e eventos diversos da cidade.
Toda esta trajetória possivelmente não aconteceria sem Octavio Longhi. O professor aposentado, hoje com 88 anos, é o fundador e o regente que mais tempo permaneceu no Cocan, atuando também como dirigente e somando 40 anos de serviços prestados à entidade. Entre as vozes canoenses que já passaram pelo Coral estiveram muitos alunos de colégios como Marechal Rondon, Maria Auxiliadora e LaSalle, nos quais lecionou por décadas.

Octavio José Longhi ao lado da coleção de troféus e prêmios que o Cocan acumulou em 50 anos de história. Foto: Divulgação.

A história de Octavio, entretanto, começou antes. Natural de Santa Maria, na região central do Estado, veio para Canoas em 1960. Sua formação católica passa pelos seminários de sua terra natal, além de Salvador do Sul, Pareci Novo e São Leopoldo.
Regente do Coral da Igreja Pio X, no bairro Mathias Velho, Octavio teve a ideia de reunir os membros depois que o grupo se desfez, logo após o Concílio Vaticano II, em 1963. As recomendações do Concílio incluíam a maior participação do povo nas missas cantando, eliminando o uso dos corais nas igrejas católicas. Depois disso, apesar de unidos, ainda faltava um local para iniciarem os trabalhos. Aí entrou a figura do Cônego José Leão Hartmann, que até hoje dá nome à rua da Igreja São Luís Gonzaga: ele cedeu as dependências da paróquia para os reuniões e ensaios do Coral.
No final da década de 1960, a situação política enfraquecia grupos como o do Cocan: com apenas 8 membros em 1969, houve paralisação das apresentações, mas os ensaios mantiveram-se. Isso ocorreu até 1971, quando houve a primeira mudança de sede. Assim, os ensaios passam a ser feitos no Centro Educacional LaSalle.
Nesse meio tempo, em 1974, o Coral tornou-se uma entidade civil, passando a ser registrada com estatuto e diretoria. É o primeiro coral público da cidade. O primeiro presidente, eleito naquele mesmo ano, foi Vinício Cassiano.

Em 1978, foi a vez do terraço coberto da Casa Dick, que foi cedido gratuitamente pelo dono à época, Liberty Conter. De lá, nos anos 80, o Cocan voltou para a Paróquia São Luís, passando também pela Paróquia NsªSrª da Gorete. Finalmente, em 2013, o Coral obteve a permissão de utilizar salas da ASMC, na qual permanece até hoje.

“Primeiro a gente ainda fazia tudo em uníssono no canto”, lembra Octavio. “Mas, depois, começamos a botar mais de uma voz, porque para nós era uma novidade do fazer naquele momento.” O esforço de todos e o trabalho dedicado, de amor à música, fizeram com que o Coral adotasse o seguinte lema: “Povo que canta é povo feliz.”
Trabalhar dessa forma também trouxe muitos resultados práticos, representando uma série de posições nos quais o Cocan foi pioneiro. Além de se tornar o primeiro encontro de corais da região, em 1967, é o único coral do Estado com 50 anos de atuação ininterrupta. Foi também o primeiro de Canoas a se apresentar fora do país, em 1984, quando foi a Montevideo, capital do Uruguai – para onde voltou em 1994 para uma segunda apresentação em Santiago. “É a melhor lembrança que tenho dessas viagens com o Coral. No Uruguai eram encontros e apresentações com uma importância maior”, afirmou o fundador Octavio Longhi.
Em décadas passadas, sem ter fontes de arrecadação, o Cocan organizou eventos como o Festival do Kerb, que ocorreu anualmente entre 1973 e 1993. Mais tarde, o poder público passou a também fazer repasses. “Mas como tudo neste momento de crise, estamos nos virando neste momento”, afirma a atual presidente da entidade, Nilza Maria da Rosa Rembowski.
Hoje, o grupo, que conta com canoenses e membros de outras localidades, e regidos pelo maestro Luiz André da Silva, prepara-se para os eventos do final do ano. Já no próximo dia 21 de agosto, ocorrerá um jantar com apresentação especial no DTG Morada dos Guapos, localizado na ASMC. Da mesma forma, em 8 de novembro, ocorrerá a 45ª edição da Noite das Canções, um encontro de corais com a participação de outros grupos de dentro e fora do Estado.
Em 22 de novembro, ocorre o espetáculo especial “MisaCriolla”, com a canção-título como principal tração: a composição de Ariel Ramirez é a única obra musical argentina editada nos cinco continentes, e já foi gravada por astros como José Carreras e Mercedes Sosa. Por mim, no dia 6 de dezembro, o Cocan participa de mais uma edição do Sesi Catedrais, na Paróquia Santa Luzia.
Os interessados em participar do Coral de Canoas podem enviar e-mail para o endereço coraldecanoas@gmail.com ou acessar o site http://coraldecanoas-rs.blogspot.com.br/.

Foto: Divulgação

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