O vereador Juares Hoy (PDT), juntamente com o vereador José Carlos Patrício (PSD), questionam, desde o ano passado, a prestação de contas do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG). Segundo Juares, quando a superintendente Marlis Bergmann assumiu o HNGS apresentava uma dívida de aproximadamente R$ 40 milhões. “Ela entregou, dois anos e meio depois, com uma dívida de R$ 110 milhões. Então temos alguns dados estranhos. É muita dívida”, afirma.
Baseado nisto, uma série de documentos foi solicitado à Associação Beneficente Canoense (ABC), que foi negado. O superintendente atual, Carlos Ribeiro, que disse aos vereadores que lhes entregaria os documento e que não vê nenhum problema na entrega dos mesmos, posteriormente negados por Osório Biazus, presidente da ABC.
Uma comissão especial foi apresentada na Câmara na sessão ordinária de terça-feira, 9, com o objetivo de adentrar na dívida e investigá-la. A comissão precisou ser apresentada, novamente, no sessão de quinta-feira, 11. “A gente, mais do que nunca, que montar uma comissão para investigar porque lá tem dinheiro público sendo utilizado. A Câmara de Vereadores, por sua vez, tem o papel de fiscalizar a aplicação do dinheiro público e, além de fiscalizar, ir as últimas consequências e investigar se não houve desvio”, conclui Hoy. O objetivo é que a Casa tenha acesso aos documentos e contratos da instituição.
O HNSG é uma caixa preta e uma bomba relógio
Segundo o parlamentar, a comissão visa ir a fundo na investigação do Graças. “Em uma análise superficial, alguma coisa de muito grave, de muito errado, está acontecendo no Hospital Nossa Senhora das Graças, onde uma dívida salta mais de 100% mesmo com o aporte financeiro alto do município. Algo tem que ser investigado e isso é inaceitável”, comenta salientando que órgãos de investigação podem ser acionados para melhor investigar o que chamou de “bomba relógio” na administração de Marlis Bergmann. Afirmou, também, que o Hospital não tem condições de pagar a atual dívida e que o mesmo se transformou em uma “caixa preta”.
O legislador questiona o rumo estranho que a saúde está tomando na cidade. Segundo ele, se o Hospital Universitário (HU) e o Pronto Socorro (HPSC) estão bem administrados pelo grupo Mãe de Deus, o que não ocorre com o Graças. “O Hospital Nossa Senhora das Graças não está conseguindo ser administrado nem pelo município, nem pelos administradores que lá estão”. Salientou afirmando que é dever da Câmara e do Executivo saber todos os caminhos tortuosos que a administração está adotando.
Presidente da ABC negou documentos
Na sessão do dia 11 de junho, quinta-feira, o vereador comentou sobre a solicitação da criação de uma comissão especial para analisar os documentos, contratos de obras e gastos eventuais no período em que o Hospital Nossa Senhora das Graças foi dirigido por Marlis Bergmann, citando como mantenedora a Associação Beneficente de Canoas e seu presidente, Osório Biazus.
Como justificativa, salientou que a sociedade canoense está preocupada com o déficit histórico da instituição. “É também preocupante a falta de transparência com a prestação de contas e a publicação regular das mesmas”, disse. Juares, juntamente com o colega de Casa, José Carlos Patricio, protocolaram três pedidos de informações sobre diversos temas, junto à instituição, dirigidos a Marlis, e apenas pequena parte foi respondido.
Observou, também, que o atual superintendente, Carlos Eduardo Ribeiro, em audiência com os vereadores, argumentou que as perguntas são “perfeitamente corretas” e que ele concordaria em fornecer, mas acatando a decisão do presidente, Osório Biazus, não o fez. “É uma matéria séria. É uma matéria forte e que, como eu disse, a Câmara de Vereadores não pode se curvar a desejos pessoais quando há uma verba muito pesada que a Prefeitura investe lá”, salientou.