Timoneiro

Pró-Renal Canoas mudará sua sede para melhor atender ao pacientes

A nova clínica, que será inaugurada na rua Cândido Machado, número 106, no centro da cidade, se deu em função da necessidade de atender requisitos burocráticos e para melhor atender aos clientes, uma vez que a atual clínica fica situada em uma perigosa curva da av. Santos Ferreira. A nova clínica tem quatro novas salas de diálises, independentes uma da outra. Dentro deste espaço, também, um trabalho social deve ser realizado. O lado humanístico deve realizar palestras, abrir espaços para pintura e biblioteca.
A idealizadora da clínica e pioneira em transplantes no estado do Rio Grande do Sul, Dra. nefrologista Carmen Héberle, conversou com a equipe de O Timoneiro para explicar a mudança. Para Carmen, a hemodiálise é uma especialidade de alto risco e tem que estar à disposição para que tudo funcione. “O médico precisa se doar de corpo e alma para o paciente renal crônico”, salienta.
Única da área na cidade, a Pró-Renal é uma das maiores clínicas do Estado, atendendo mais de 150 pacientes e a única que conta com ambulâncias próprias. A equipe é composta por 33 funcionários entre médicos e enfermeiros, o que checa ao montante de 43 parceiros trabalhando com a clínica.
Existem seis mil pacientes no Rio Grande do Sul e 76 clínicas de diálise no Estado. “É muita coisa. 90 mil em todo o país em diálise. A tendência é aumentar muito, pois está surgindo muitos diabéticos, obesidade mórbida”, afirma. Heberle prevê que em 2018, talvez, a diabetes passe a hipertensão arterial e assuma o primeiro lugar na lista de insuficiência renal. “Este aumento na obesidade, em sua grande maioria, é erro alimentar”, conclui.

Carmen Héberle
Médica nefrologista, formada em 1974, Carmen pretendia seguir o rumo da cardiologia, mas interessou-se pela nefrologia, no quinto ano de faculdade, após conhecer Dr. Norberto, seu supervisor no hospital Presidente Vargas. “Voltando mil vezes, mil vezes eu ficaria na Nefro, que é uma dedicação de 24 horas por dia”, salienta.
Carmen comenta que a vida social era difícil, mas não se arrepende. “A minha relação fora clínica ficou difícil por isso. Tive três filhos, no qual quem cuidou foi minha mãe e a babá. Minhas relações de amor eram muito difíceis. Era Natal, Carnaval, duas horas da manhã eu saía, em plena festa eu saia e ninguém me aguentava. O grande amor da minha vida é a Pró-renal. Vim para cá em 1981”, comenta.
Em 1981, Carmen veio para Canoas, ingressou no hospital Nossa Senhora das Graças e, em 1982, chegou a Pró-Renal. Empresa ainda com nome físico de Carmen. Na época, ainda com estrutura precária, ligou para o comandante Sardinha do hospital da Base Aérea. O mesmo, através da Força Aérea Brasileira, disponibilizou a única ambulância para ficar no hospital enquanto a Dra. realizava o primeiro transplante de sangue do Rio Grande do Sul.
Em 1992 ingressou na Câmara dos Vereadores de Canoas pelo PSDB como a mais votada. Segunda mulher no posto, anos depois de Lina Alves. Em meados de 1987, a nefrologista lembra-se de ir para a rua 15 de Janeiro com um megafone pedir doações de órgãos e sangue. Aproveitou, também, para agradecer o ex-ministro da previdência social, Jair Soares, que conseguiu o registro para autorizar a prática no HNSG, dias após colocar a carta no bolso do Ministro que visitava a cidade. Hoje, há mais de 30 anos, Carmen se dedica exclusivamente a Pró-Renal.

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