Valni Ribeiro, 21 anos de Prefeitura, servidora da parte administrativa vê a atitude da prefeita com tristeza. Segundo ela, a maioria dos servidores votou nela. Acreditavam no partido dos trabalhadores. “Com certeza ninguém gostaria de estar aqui. Somos todos comprometidos tanto com a comunidade quanto com a administração. Gostaríamos de estar trabalhando no nosso setor e ajudando o município a crescer”.
Na sexta-feira, 26, o sindicato lotou a casa legislativa do município e, fazendo uso da tribuna, a presidente Ana Claudia Pedreira Fraga informou que os servidores municipais estão em estado de greve e que não aceitarão a revisão proposta pelo Executivo Municipal. No legislativo apenas quatro vereadores apoiam a ação do Executivo.
Virginia Proença, 36 anos, servidora da secretaria de saúde de Nova Santa Rita há 11 anos, afirmou que os servidores estão em um processo de desgasta há anos. “Chegou num ponto que ninguém mais tolera mais nada. Essa negativa do aumento, na verdade, foi o fim, foi o estopim, a gota d’água para o funcionários que está descontente e não é de hoje, mas há muito tempo”.
Sindicato quer respeito e valorização
Ana Claudia Pedreira Fraga, 45 anos, professora do município há 25 anos, presidente do sindicato dos servidores, informou que a paralisação serve para chamar a atenção da Prefeita. “Esta paralisação serve para chamar a atenção da Prefeita, porque ela está retalhando o servidor público não dando o reajuste. Nós estamos reivindicando nosso reajuste que é o índice da inflação. Ela mandou um projeto para Câmara de 3,54%, retirou porque fizemos um protesto na Câmara e sexta nos ofereceu 0%. O servidor está indignado em busca de respeito, de valorização e o descaso que foi deixar passar nossa database. Nossa database é maio, hoje já é primeiro de junho” explica.
“A adesão é 80%. Está aqui hoje um número de 30%. Pessoal está no seu setor de trabalho, mas indignado e parceiro. Eu nunca imaginava que isto fosse acontecer em uma administração do PT. Partido dos Trabalhadores. É um caso perdido. Eles estão perdidos. Mas a gente tem a esperança que eles se encontrem, achem a solução e venham trazer para nós a nossa resposta. A maioria dos vereadores está apoiando o reajuste. Só quatro vereadores não estão apoiando, que são da bancada do PT e do Pros (Partido Republicano da Ordem Social)”, conclui.
A professora Viviane Brandão, 32 anos, servidora há pouco mais de um ano na cidade, classifica como complicada a situação. “Como educadora, como professora, a gente espera no mínimo que ela se coloque no nosso lugar e que entenda a nossa posição como servidor municipal, pois ela sabe da importância que o servidor tem”, conclui informando que ainda não abriu concurso público para a classe.
O que diz o Governo Municipal
O procurador geral do município, Rene de Oliveira Gomes, informou que a manifestação foi informada e consentida pela Prefeitura, em exemplo do diálogo da mesma para com o sindicato, inclusive com oportunidade de assinatura do ponto.
Em entrevista à equipe presente na manifestação a prefeita do município, Margarete Ferretti (PT), afirmou que a maioria dos servidores não aderiram a greve. “A educação está sendo atendida, Agricultura não parou ninguém, a Fazenda parou seis pessoas, na saúde estamos atendendo nos postos de saúde. O levantamento que eu tenho até agora, levantado pelos secretários, é de que 85% da categoria está trabalhando. Todos estão sendo atendidos”, confirma.
Segundo ela, o município gasta mais da metade do faturamento com os servidores. “Nós estamos gastando, com servidores públicos, em torno de 52,17% da folha. Investimos mais de 25% em educação. Em torno de 19% na saúde. Nós pagamos duas licenças prêmio desde que assumimos. No ano passado nós demos aumento pelo GPM, em torno de 8%, em torno de 3% acima da inflação. No ano passado tínhamos melhorado muito a nossa receita em virtude de cobrança tributária dos que estavam devedores para o município.
Sobre o pedido dos manifestantes, 8,34%, afirmou que a margem é impossível. “Essa margem, neste momento, não é possível nós chegarmos a tanto. Nós estamos gastando 52,17% com a folha de pagamento e nós temos que respeitar a lei de responsabilidade fiscal e o limite prudencial é 51%”, confirma informando que o valor pago aos munícipes excede o que determina a Lei.